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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

ORGULHO TARAUACAENSE: VELOCISTA DO ACRE QUE TRABALHA COMO GARI MOSTRA SUPERAÇÃO

O velocista Lázaro Souza trabalha como coletor de lixo durante o dia  (Foto: Nathacha Albuquerque/GE)
Além dos intensos treinos, o trabalho diário na limpeza pública é de tirar o fôlego do atleta acreano Lázaro Sousa, de 22 anos. Ele é coletor de lixo, profissão conhecida popularmente como gari.
"Ser gari não me envergonha"
Lázaro Sousa
Os sapatos não tem amortecimento adequado, mas Sousa corre mais de 40 km durante a jornada na limpeza pública.
A habilidade e o equilíbrio adquiridos no esporte são necessários no dia a dia do gari. Segundo Souza, o condicionamento físico obtido no esporte, torna o trabalho menos pesado.
- Este preparo físico que consegui é fundamental para correr os infinitos piques curtos, levando o lixo e saltando de volta ao estribo do caminhão, desviando dos carros. O motorista é o nosso treinador e dita o ritmo da maratona - afirma, com um bom humor característico de quem exerce esta profissão.
Lázaro nasceu em Tarauacá, interior do Acre, e passou a morar em Rio Branco há quatro anos. A busca por uma vida melhor acabou lhe trazendo um sonho, até então desconhecido: correr profissionalmente.
Lázaro durante a Corrida do Fogo, do Circuito Chico Mendes (Foto: Nathacha Albuquerque/GE)
- Quando vim morar em Rio Branco, uma tia me levou ao Horto Florestal. Achei bonito as pessoas correndo. Consegui um tênis emprestado e quis praticar também. Nunca mais parei - afirmou.
Tripla jornada
Lázaro supera diariamente a tripla jornada para competir nas provas de rua. Além de trabalhar como coletor de lixo, ele treina todos os dias à noite quando chega da faculdade.
"A mente é a principal responsável pela superação"
Lázaro Sousa
O esporte o fez buscar novos conhecimentos e através de um financiamento começou a cursar educação física em uma faculdade particular de Rio Branco. Sousa quer se tornar professor para ajudar crianças a se tornarem atletas.
- Logo que entrei na universidade expliquei aos meus colegas sobre minhas duas profissões. Ser gari não me envergonha. Através do meu trabalho consigo seguir o sonho de ser maratonista. Ainda vou ajudar muita gente que quer ser atleta também - destacou.
A rotina do atleta-gari impõe uma série de superações. É necessário vencer  o cansaço de passar o dia recolhendo o lixo da cidade, estudar e treinar à noite e disputar uma prova no dia seguinte.

- Treino todas as noites, pelo menos 10 km. Exausto, nos treinos ou nas provas, se tiver pena de si próprio, o atleta desiste, se rende às inevitáveis dores. No nosso trabalho também é assim. A mente é a principal responsável pela superação - explicou.
"Aqui ainda não somos valorizados"
Lázaro Sousa
A competição mais marcante para Sousa foi a Corrida dos Reis, em Cuiabá, em janeiro deste ano. Entre 10 mil atletas ele foi o 20º colocado e o primeiro Acreano a cruzar a linha de chegada.

- Fiquei emocionado. Lá as pessoas te incentivam pelas ruas, te aplaudem. Você sente a importância do esporte para a cidade. Aqui ainda não somos valorizados - lamentou o atleta, que não possui patrocínios.

Um comentário:

  1. Esse cara merece... o conheço, ja estudou em minha sala, um kara inteligente e esforçado... Me apoiou quando fui fazer o TAF do corpo de bombeiros!!!

    #Guerreiro!!!

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