terça-feira, 16 de outubro de 2012

BLOG DO ALTINO MACHADO (O ACRE NÃO É PUTAYA)


ALTINO MACHADO

POR JOÃO MAURÍCIO ROSA

O paulista Joaquim Medeiros, de Presidente Prudente, liderou uma espécie de liquidação de terras no Acre a partir de campanha publicitária encenada pelo cantor e ator Sergio Reis, em meados da década de 1980.
O fato contribuiu para que o gentílico "paulista" se tornasse ainda mais, para os acrianos  sinônimo de incendiário, predador de florestas e de culturas. Não importa de onde venha, é paulista. E, se é paulista, é fazendeiro.
Em 2006, o paulistano Binho Marques, que saiu do Acre no ventre da mãe apenas para nascer em uma maternidade do Butantã, acabou sendo eleito governador do Acre - o primeiro "de fora" a conquistar o cargo desde a criação do Estado, em 1962. Mas, para isso, destacava que apenas nasceu em Sampa e que torcia para o Fluminense.
Agora, o paranaense Tião Bocalom, um "paulista" do Paraná, trazido pelo Incra e não pelo Medeiros, disputa a prefeitura de Rio Branco com o paulista Marcus Alexandre, engenheiro formado pela Unesp em Ilha Solteira, trazido para compor o elenco de técnicos do ex-governador Jorge Viana (PT).
No caldeirão deste segundo turno, o jornalista e blogueiro Altino Machado vem atiçando o fogo com a ideia de que o Acre está se tornando a casa da mãe joana, onde os paulistas deitam e rolam.
Machado aproveitou para colocar uma frase minha na fogueira [Eu amo o Acre porque adoro putaria], dando a entender que os paulistas pensam que o Acre é como Putaya, uma cidade na fronteira, no Vale do Juruá, onde uma guarnição do Exército peruano acabou atraindo uma leva de meretrizes e dando origem à honrada comunidade.
Eu amo o Acre porque é quente, tem fuso horário, um drinque chamado jucá, posso ir a pé para onde quero, a qualquer hora, sem jamais levar uma geral da polícia.
João Maurício Rosa é paulista, jornalista, há 22 anos no Acre

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