A
crise na educação estadual em Cruzeiro do Sul, no Acre, se agrava com o
sucateamento de escolas e a falta de professores. O impasse sobre o número de
contratados no concurso para professores provisórios e a falta de reformas nas
unidades da rede estadual poderá prejudicar seriamente os alunos da rede
estadual. O início do ano letivo foi adiado três vezes.
Mesmo
com as escolas sucateadas e as condições de trabalho dos profissionais da
educação estadual precarizadas, a Secretaria de Educação determinou que as
aulas tivessem início, mas em assembleia geral, os diretores das escolas
estaduais de Cruzeiro do Sul suspenderam as aulas por tempo indeterminado. O
principal motivo seria a falta de professores.
A SEE
realizou o concurso para contratação de professores provisório, medida adotada
desde a administração do ex-governador Jorge Viana (PT), mas diante da proposta
de um certame para contratação de efetivos pela prefeitura de Cruzeiro do Sul,
a procura pelas vagas para contratação provisória ficou abaixo da
expectativa dos gestores da pasta.
As
escolas da rede estadual de ensino estão fechadas e os alunos sem perspectivas
de uma data para o início das aulas. No centro da cidade, a escola Comandante
Braz de Aguiar, uma das mais antigas de Cruzeiro do Sul, ainda está em reforma.
Outras unidades não recebem reforma há mais de oito anos, e estão
sofrendo com sérios problemas estruturais.
A
falta de reforma nas escolas é fácil de ser percebida. A escola estadual
Craveiro Costa, ainda preserva a logomarca “Governo da Floresta”, que teve uma
árvore estilizada como marca da passagem de Jorge Viana (PT), na administração
estadual do Acre. A escola Raimundo Quirino Nobre, localizada no bairro João
Alves, sem reforma corre o risco de desabar.
Os
alunos da Quirino Nobre terão que assistir aulas no Instituto Adventista
Cruzeiro do Sul (IACS). Um desmoronamento de terra abalou a estrutura da
instituição que está situada em uma área de risco. Uma mureta de contenção foi
construída, mas, não impediu que a força da água levasse parte do morro, onde a
escola foi construída.
As
reformas chegaram a ser anunciadas pelo secretário Daniel Zen, mas a crise
financeira e o atraso em repasses federais teriam impedido que as obras
acontecessem no período de férias escolar. Os problemas estruturais das escolas
são os mais variados e vão desde paredes rachadas e com infiltrações, falta de
pintura e reformas atrasadas.
A
Escola Estadual João Kubitschek, na Avenida 25 de Agosto, sofre com problemas
na fiação elétrica, não suportando o funcionamento de computadores ou
ares-condicionados. Segundo depoimento de pais de alunos, a unidade escolar
terá que ser desocupada para receber uma reforma, mas ainda não tem lugar para
alojar os alunos.
A Hugo
carneiro, no bairro Copacabana não tem problemas severos, mas ainda espera pela
reforma anunciada pelos gestores da Secretária de Educação no ano passado. A
crise na rede estadual de educação não se restringe a problemas estruturais e a
falta de professores. Servidores terceirizados e barqueiros que transportam
alunos estariam com salários atrasados.
Alunos
prejudicados
Com o
atraso do início das aulas, os alunos da rede estadual de ensino terão que
estudar aos sábados, para recuperar o tempo perdido. O temor dos professores é
que caia o rendimento escolar. Os alunos também poderão ficar sem férias. Os
alunos do terceiro ano do ensino médio temem serem prejudicados no Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem).
Professores
em funções administrativas
Outro
problema seria a existência de professores concursados ocupando funções
administrativas na SEE e fora de sala de aula. Com o quadro deficitário os
profissionais poderiam ser aproveitados no momento de crise.
Na
questão da falta de professores para atender as 81 escolas da rede estadual de
ensino em Cruzeiro do Sul, o coordenador do núcleo de educação em Cruzeiro do
Sul, Zequinha Lima, esclarece que o entrave é de ordem burocrática, pois a cada
convocação é necessário esperar até 48 horas para uma nova convocação, o que
atrasa a lotação dos professores.
Enquanto
os gestores da SEE batem cabeça com os problemas que se avolumam nas escolas de
Cruzeiro do Sul, os pais e alunos esperam apreensivos por uma solução da crise
que se instalou na rede estadual de ensino de Cruzeiro do Sul.
Fonte: Jornal Ac24horas
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