domingo, 10 de março de 2013

CRISE NA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE CRUZEIRO DO SUL SE AGRAVA COM O SUCATEAMENTO DE ESCOLAS

A crise na educação estadual em Cruzeiro do Sul, no Acre, se agrava com o sucateamento de escolas e a falta de professores. O impasse sobre o número de contratados no concurso para professores provisórios e a falta de reformas nas unidades da rede estadual poderá prejudicar seriamente os alunos da rede estadual. O início do ano letivo foi adiado três vezes.
Mesmo com as escolas sucateadas e as condições de trabalho dos profissionais da educação estadual precarizadas, a Secretaria de Educação determinou que as aulas tivessem início, mas em assembleia geral, os diretores das escolas estaduais de Cruzeiro do Sul suspenderam as aulas por tempo indeterminado. O principal motivo seria a falta de professores.
A SEE realizou o concurso para contratação de professores provisório, medida adotada desde a administração do ex-governador Jorge Viana (PT), mas diante da proposta de um certame para contratação de efetivos pela prefeitura de Cruzeiro do Sul, a procura pelas vagas para contratação provisória ficou abaixo da expectativa dos gestores da pasta.
As escolas da rede estadual de ensino estão fechadas e os alunos sem perspectivas de uma data para o início das aulas. No centro da cidade, a escola Comandante Braz de Aguiar, uma das mais antigas de Cruzeiro do Sul, ainda está em reforma. Outras unidades  não recebem reforma há mais de oito anos, e estão sofrendo com sérios problemas estruturais.
A falta de reforma nas escolas é fácil de ser percebida. A escola estadual Craveiro Costa, ainda preserva a logomarca “Governo da Floresta”, que teve uma árvore estilizada como marca da passagem de Jorge Viana (PT), na administração estadual do Acre. A escola Raimundo Quirino Nobre, localizada no bairro João Alves, sem reforma corre o risco de desabar.
Os alunos da Quirino Nobre terão que assistir aulas no Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS). Um desmoronamento de terra abalou a estrutura da instituição que está situada em uma área de risco. Uma mureta de contenção foi construída, mas, não impediu que a força da água levasse parte do morro, onde a escola foi construída.
As reformas chegaram a ser anunciadas pelo secretário Daniel Zen, mas a crise financeira e o atraso em repasses federais teriam impedido que as obras acontecessem no período de férias escolar. Os problemas estruturais das escolas são os mais variados e vão desde paredes rachadas e com infiltrações, falta de pintura e reformas atrasadas.
A Escola Estadual João Kubitschek, na Avenida 25 de Agosto, sofre com problemas na fiação elétrica, não suportando o funcionamento de  computadores ou ares-condicionados. Segundo depoimento de pais de alunos, a unidade escolar terá que ser desocupada para receber uma reforma, mas ainda não tem lugar para alojar os alunos.
A Hugo carneiro, no bairro Copacabana não tem problemas severos, mas ainda espera pela reforma anunciada pelos gestores da Secretária de Educação no ano passado. A crise na rede estadual de educação não se restringe a problemas estruturais e a falta de professores. Servidores terceirizados e barqueiros que transportam alunos estariam com salários atrasados.
Alunos prejudicados
Com o atraso do início das aulas, os alunos da rede estadual de ensino terão que estudar aos sábados, para recuperar o tempo perdido. O temor dos professores é que caia o rendimento escolar. Os alunos também poderão ficar sem férias. Os alunos do terceiro ano do ensino médio temem serem prejudicados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Professores em funções administrativas
Outro problema seria a existência de professores concursados ocupando funções administrativas na SEE e fora de sala de aula. Com o quadro deficitário os profissionais poderiam ser aproveitados no momento de crise.
Na questão da falta de professores para atender as 81 escolas da rede estadual de ensino em Cruzeiro do Sul, o coordenador do núcleo de educação em Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, esclarece que o entrave é de ordem burocrática, pois a cada convocação é necessário esperar até 48 horas para uma nova convocação, o que atrasa a lotação dos professores.
Enquanto os gestores da SEE batem cabeça com os problemas que se avolumam nas escolas de Cruzeiro do Sul, os pais e alunos esperam apreensivos por uma solução da crise que se instalou na rede estadual de ensino de Cruzeiro do Sul.
 Fonte: Jornal Ac24horas

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