O sistema que bloqueará celulares
em operação no Brasil que não passaram pelos testes obrigatórios de segurança
pode demorar mais para entrar em funcionamento. As operadoras de telefonia
pediram na última segunda-feira à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
o bloqueio dos aparelhos com base no cadastro único de códigos internacionais
de identificação de dispositivos móveis (Imei, na sigla em inglês), uma espécie
de DNA de cada celular, previsto para começar em março de 2014. A proposta é
que a operação só comece depois da Copa do Mundo, que será realizada entre junho
e julho do ano que vem.
As operadoras alegam que a
realização da operação de identificação de celulares não homologados para
funcionamento no Brasil acabará bloqueando aparelhos de turistas estrangeiros
que visitam o país durante a Copa. Se as empresas seguirem à risca as regras a
serem impostas pela Anatel, os estrangeiros correm o risco de ficar sem
comunicação durante a estada no Brasil. “Certamente, muitos estrangeiros trarão
seus próprios aparelhos, e o sistema indicaria que esses celulares estão irregulares”,
diz Sérgio Kern, porta-voz do sindicato das empresas de telefonia e serviço
móvel celular e pessoal (Sinditelebrasil).
Bloqueio aos piratas – Quando o
cadastro de celulares estiver em operação, será possível identificar a situação
de todos aparelhos não homologados em atividade no país. Assim que o
dispositivo se conectar à rede de uma operadora, seu número de Imei será reconhecido
e, em seguida, comparado com os dados registrados em um cadastro nacional.
Dessa maneira, as operadoras poderão identificar os aparelhos que não foram
homologados para uso no Brasil, ou seja, não passaram por testes em
laboratórios credenciados junto à Anatel.
A categoria de celulares
não-homologados inclui aparelhos importados ilegalmente, geralmente sem marca,
réplicas de smartphones populares e também modelos avançados comprados por
brasileiros durante viagens no exterior — embora este último caso não esteja no
alvo da fiscalização da Anatel. Celulares roubados e revendidos para terceiros
após ter o Imei clonado também serão bloqueados quando o novo cadastro estiver
em operação.
Segundo os últimos dados
divulgados pela Anatel, em outubro, mais de 254 milhões de celulares estão em
operação no Brasil, mas não se sabe quantos deles estão em situação irregular.
A Anatel estima que a parcela chegue a 20%; as operadoras, entre 5% e 10%. “Só
teremos dados mais precisos quando o novo sistema começar a operar”, diz Kern,
do Sinditelebrasil.
Fonte: Jornal Ac24horas
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