O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
afirmou nesta terça-feira (18) que pretende colocar em votação, possivelmente
em abril, o projeto de lei que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos nos
casos de crime hediondo, tráfico de drogas, tortura e terrorismo.
O presidente do Senado fez o
anúncio após receber em seu gabinete a mãe de Yorrally Ferreira, morta na
última semana, aos 14 anos, com um tiro na cabeça disparado pelo
ex-namorado, que completou 18 anos um dia depois de cometer o crime. A mãe da
vítima, Rosemary Dias da Silva, moradora de Novo Gama, no Entorno do Distrito
Federal, pediu ao senador agilidade na tramitação do projeto.
A Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado rejeitou o projeto em 19 de fevereiro, numa votação em
caráter terminativo (pela qual o texto não precisa seguir para o plenário). Mas
um recurso foi apresentado para que a matéria não seja arquivada e possa ser
analisada no plenário.
“A disposição é pautar a matéria.
Mas estou conversando ainda – já que essa matéria é complexa – para que nós não
tenhamos obstáculo no dia em que essa matéria puder ser apreciada”, declarou
Renan.
O projeto, de autoria do senador
Aloysio Nunes (PSDB-SP), também determina a responsabilização penal a partir
dos 16 anos quando houver reincidência nos crimes de prática de lesão corporal
grave ou roubo qualificado (em que o crime é praticado à mão armada, por
exemplo). Pelo texto, a penalização dos menores de 18 anos deve ser proposta
pelo Ministério Público e julgada por juiz especializado em questões de
infância e adolescência.
Os casos de crime hediondo, ao
qual o projeto também aplica a redução da maioridade penal, incluem homicídios
praticados por grupos de extermínio, latrocínio (roubo seguido de morte),
extorsão com morte ou mediante sequestro, estupro, entre outros.
“Nós vamos conversar com os
líderes, e já assumimos o compromisso de pautar essa matéria. Evidente que é
uma matéria complexa, mas será sobretudo a oportunidade para que cada um vote
da maneira que ache que pode votar”, declarou Renan.
Encontro com Dilma
A mãe da menina assassinada também pediu a Renan Calheiros ajuda para que ela possa se reunir com a presidente Dilma Rousseff.
A mãe da menina assassinada também pediu a Renan Calheiros ajuda para que ela possa se reunir com a presidente Dilma Rousseff.
“Quero que a presidente me ouça –
porque ela é mãe como eu sou – e ajude a aprovar a redução da maioridade penal,
para que outras mães não passem pelo que eu estou passando”, disse Rosemary
Dias da Silva. Ela disse que ficará acampada em frente ao Palácio do Planalto
até que tenha audiência agendada com Dilma.
O relator do projeto no Senado,
Ricardo Ferraço (PMDB-ES), subiu à tribuna para defender que os parlamentares
aprovem o texto no plenário.
“O caminho dessa proposta não é o
extremo, é o meio, é o equilíbrio. E esta a proposta que eu relatei é uma
proposta que admite para maiores de 16 e menores de 18, mas com critérios,
apenas para crimes hediondos, inafiançáveis, como esses que nós assistimos”,
afirmou Ferraço.
Fonte: G1.com
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