A Polícia Civil do município de Sena Madureira (AC), distante 145 km da
capital Rio Branco, prendeu na tarde de segunda-feira (27), Mauricio Alves
Gomes, de 41 anos, suspeito de se passar por médico e vender remédios sem
autorização. Segundo as investigações, o falso médico prestava serviços para o
Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade e teria atendido mais de 300
pacientes. Além de Gomes, foram presos a secretária, o vigilante, a assistente
social e o vice-presidente do sindicato.
De acordo com o delegado de Polícia Civil, Rêmullo Diniz, o suspeito
oferecia exames, consultas e medicação para os trabalhadores. Diniz disse ainda
que a polícia conseguiu identificar apenas 32 pacientes de Sena Madureira. Os
demais são de outros municípios, já que o suspeito tinha convênio com
sindicatos de várias cidades.
“Ele diagnosticava, passava exames e inclusive exames neurológicos.
Oferecia até cirurgias plásticas de redução e próteses de silicone. Começamos a
investigar depois de ouvir anúncios na rádio e panfletos espalhados pela
cidade. A partir daí, conseguimos chegar até ele”, relata.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito teria feito um acordo com a
presidência do sindicato para dividir os lucros das consultas. A polícia
apreendeu ainda com o suspeito uma máquina utilizada para realizar exames, mais
de R$ 3 mil em dinheiro e vários comprovantes de depósitos de consultas
realizadas.
“Ele cobrava até R$ 300, porque além da consulta, sempre vendia e
incitava os pacientes a comprar remédios que eram muitos caros, teve gente que
gastou mais de R$ 1 mil. Eu tenho uma lista com 32 nomes, mas no computador
dele tem registro de pelo menos 300 pessoas enganadas”, detalhou o delegado.
O delegado destacou ainda que a secretaria Eliane Campos, o vigilante
Luciano Firmino dos Santos, a assistente social Izanira da Silva Alves, e o
vice-presidente do sindicato, Manoel de Jesus Cesar, todos presos juntos com o
falso médico, devem responder pelos crimes de venda ilegal de medicação, crime
à saúde e associação criminosa. Gomes deve responder por esses crimes e
exercício ilegal da medicina.
Diniz revelou ainda que a presidente do sindicato, Cirleide Silva,
também foi indiciada pelos crimes e deve responder em liberdade. Os demais
suspeitos estão detidos no presídio do município de Sena.
“Eles [suspeitos] teriam feito um acordo que parte dos ganhos seriam
divididos com o sindicato. Ele tinha parceria com quase todos os sindicatos da
cidade. Só no dia de ontem, ele arrecadou mais de 6 mil reais, até a hora da
prisão”, finaliza.
O G1 encontrou em contato com a presidente do
sindicato, Cirleide Silva, por duas vezes. Na primeira tentativa, a
sindicalista disse que estava em reunião e que falaria depois. Já durante a
segunda tentativa, a presidente não foi localizada.
G1.com/Ac
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