Esta semana
uma pesquisa divulgada nos EUA alertou para os perigos do contato com tatus:
eles são fonte de transmissão de hanseníase para humanos, segundo reportagem do
“New York Times”.
Usando
máquinas de sequenciamento genético, os pesquisadores foram capazes de confirmar
que cerca de um terço dos casos de hanseníase que aparecem a cada ano nos
Estados Unidos é resultado do contato com tatus infectados. Os casos estão
concentrados na Louisiana e no Texas, onde algumas pessoas caçam e comem tatus.
A hanseníase
pode ser tratada com antibióticos se diagnosticada rapidamente, mas muitas
pessoas não reconhecem as lesões de pele características da doença e acabam
sofrendo danos nos nervos ao longo da vida.
Cerca de 70%
das doenças infecciosas – gripe e AIDS, para citar algumas – são passadas de
animais para humanos, mas no caso da hanseníase um aspecto interessante é que a
transmissão parece se dar nas duas direções.
– A
hanseníase não estava presente no Novo Mundo antes de Cristóvão Colombo, os
tatus devem ter adquirido a doença de humanos nos últimos 400 ou 500 anos –
disse o pesquisador Richard W. Truman, do Programa Nacional de Hanseníase em
Baton Rouge e autor do estudo com tatus, que foi publicado no “The New England
Journal of Medicine”.
Poucos tatus
vivem o suficiente em habitat selvagem para serem afetados, segundo o
pesquisador, mas os de laboratório sofrem os mesmos problemas que os humanos e
eventualmente morrem de falência hepática ou renal.
O micróbio
que causa a hanseníase, Mycobacterium leprae, não cresce em laboratório e
sobrevive apenas uma ou duas semanas em solo úmido. Na verdade, os únicos
animais em que é conhecida a propagação da doença são os seres humanos e os
tatus, mas não havia prova definitiva até este estudo.
– O mais
importante é que as pessoas sejam desencorajadas de consumir a carne ou
manusear os tatus – disse Truman.
Ac24horas
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