Após quatro meses de
investigação, a Polícia Civil prendeu, ontem, José Roberto do Nascimento, 30
anos, morador da linha 1, km sete, na colônia Puerto Alonso, em Porto Acre – a
60 km de Rio Branco. Ele é acusado de matar um homem identificado apenas por
Zeca, com dois tiros de espingarda. O assassinato ocorreu em 2010. O acusado
enterrou o corpo da vítima e guardou a cabeça como “prêmio”, uma vez que o
crime teria sido passional. A vítima tinha caso amoroso com a mulher do
acusado. Nascimento foi denunciado por um menor que teria ajudado o mesmo a
enterrar a cabeça longe do corpo.
O crime
O homicídio aconteceu no ano de
2010, em função de um possível triângulo amoroso entre Zeca, Ana Cláudia e o
acusado de ser o principal criminoso, José Roberto do Nascimento, conhecido
como “Beto”, de 30 anos. Segundo o delegado Bayma, Beto teria matado Zeca com
dois tiros de espingarda e enterrado a vítima em uma cova rasa, nos fundo da
colônia, para a decomposição do corpo da vítima. Porém, a ossada humana foi
encontrada pela polícia civil na época do crime sem o crânio, gerando várias
especulações em torno do esqueleto sem a cabeça. Motivado por ciúme de Ana
Cláudia, Beto teria matado e enterrado a vítima.
A relação entre os três terminou
em duas mortes. Ana Cláudia foi morta no ano seguinte, no carnaval de 2011, em
Rio Branco, a golpes de facadas e pauladas por “Chicona”, que desde então se
encontra no presídio.
Beto está sendo indiciado. De
acordo com a polícia, o suspeito teria enterrado o corpo de Zeca e um ano
depois, desenterrado a ossada e ocultado a cabeça em outro lugar. O suspeito
nega todas as acusações.
A investigação
Desde o acontecimento do crime
até os últimos detalhes da investigação, a polícia civil em conjunto com o
Instituto Médico legal (IML), desenvolveu um trabalho rigoroso para desvendar o
autor do homicídio. Desde o dia 2 de julho deste ano até a manhã de ontem,
polícia e IML analisaram a ossada encontrada na colônia Puerto Alonso, lugar
onde o homicídio aconteceu.
A cabeça foi encontrada na manhã
dessa quarta-feira, pelo depoimento de um menor testemunha que confessou o
lugar em que o crânio estava enterrado.
A ossada estava enterrada nos
fundos da colônia, terras de propriedade de Beto. Populares afirmam que sabiam
da existência da ossada por rumores do crime que rondavam a cidade.
Testemunha
O menor de 16 anos, Luan de Souza
Santos, tornou-se peça fundamental para o fechamento do caso. Ele confessou à
polícia que ajudou a enterrar a cabeça da vítima sob ameaça de Beto, que
prometeu fazer o mesmo com ele, caso não o ajudasse a ocultar o crânio, prova
do crime.
Com medo do assassino, Luan
Santos, que está preso no Centro Sócio educativo do Bosque, pelo crime de
assalto, informou que não participou do crime, apenas ajudou a enterrar a
cabeça da vítima em 2011. “Só fui para a colônia com ele [Beto], lá em Puerto
Alonso, e fui até onde ele enterrou a cabeça do Zeca. O crânio já tava
decomposto, só tinha um pouco de cabelo e uns dentes, não dava para identificar
só pela aparência”, salientou o menor.
Ainda de acordo com o menor, Beto
teria enterrado a cabeça separadamente como se fosse um prêmio para ele, para
mostrar poder aos demais.
Caso Fabrício: família não descarta que ossada seja do garoto
desaparecido
Após a descoberta da ossada
humana, agentes do IML receberam a visita da família do garoto Fabrício Costa,
que continua desaparecido. A ossada e o crânio humano foram recolhidos pelo IML
e serão submetidos a exames de DNA. O delegado informou que a família do garoto
Fabrício já disponibilizou material genético para verificar se a ossada pode
ser do adolescente sumido e pode procurar a delegacia para mais informações da
ossada, que desconfiam ser a do menino. Mas somente após o laudo pericial do
exame de DNA, será confirmada a origem do esqueleto, e assim, elucidado o
crime.
A ossada está em poder do IML,
onde se torna a última peça para desvendar do crime.
Pedido da polícia
A polícia civil pede ajuda da
população para descobrir informações e vestígios da família de Zeca, morto e
encontrado em alto grau de putrefação. A decomposição do corpo da vítima tornou
inviável a descoberta da identidade de Zeca, já que nenhuma informação ou
familiar prestou queixa sobre o sumiço do indivíduo.
Fonte: Jornal O Rio Branco
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