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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

POLICIAL: PRESO ACUSADO DE MATAR E ENTERRAR CABEÇA DA VÍTIMA SEPARADA DO CORPO

Após quatro meses de investigação, a Polícia Civil prendeu, ontem, José Roberto do Nascimento, 30 anos, morador da linha 1, km sete, na colônia Puerto Alonso, em Porto Acre – a 60 km de Rio Branco. Ele é acusado de matar um homem identificado apenas por Zeca, com dois tiros de espingarda. O assassinato ocorreu em 2010. O acusado enterrou o corpo da vítima e guardou a cabeça como “prêmio”, uma vez que o crime teria sido passional. A vítima tinha caso amoroso com a mulher do acusado. Nascimento foi denunciado por um menor que teria ajudado o mesmo a enterrar a cabeça longe do corpo.
O crime
O homicídio aconteceu no ano de 2010, em função de um possível triângulo amoroso entre Zeca, Ana Cláudia e o acusado de ser o principal criminoso, José Roberto do Nascimento, conhecido como “Beto”, de 30 anos. Segundo o delegado Bayma, Beto teria matado Zeca com dois tiros de espingarda e enterrado a vítima em uma cova rasa, nos fundo da colônia, para a decomposição do corpo da vítima. Porém, a ossada humana foi encontrada pela polícia civil na época do crime sem o crânio, gerando várias especulações em torno do esqueleto sem a cabeça. Motivado por ciúme de Ana Cláudia, Beto teria matado e enterrado a vítima.
A relação entre os três terminou em duas mortes. Ana Cláudia foi morta no ano seguinte, no carnaval de 2011, em Rio Branco, a golpes de facadas e pauladas por “Chicona”, que desde então se encontra no presídio.
Beto está sendo indiciado. De acordo com a polícia, o suspeito teria enterrado o corpo de Zeca e um ano depois, desenterrado a ossada e ocultado a cabeça em outro lugar. O suspeito nega todas as acusações.
A investigação
Desde o acontecimento do crime até os últimos detalhes da investigação, a polícia civil em conjunto com o Instituto Médico legal (IML), desenvolveu um trabalho rigoroso para desvendar o autor do homicídio. Desde o dia 2 de julho deste ano até a manhã de ontem, polícia e IML analisaram a ossada encontrada na colônia Puerto Alonso, lugar onde o homicídio aconteceu.
A cabeça foi encontrada na manhã dessa quarta-feira, pelo depoimento de um menor testemunha que confessou o lugar em que o crânio estava enterrado.
A ossada estava enterrada nos fundos da colônia, terras de propriedade de Beto. Populares afirmam que sabiam da existência da ossada por rumores do crime que rondavam a cidade.
Testemunha
O menor de 16 anos, Luan de Souza Santos, tornou-se peça fundamental para o fechamento do caso. Ele confessou à polícia que ajudou a enterrar a cabeça da vítima sob ameaça de Beto, que prometeu fazer o mesmo com ele, caso não o ajudasse a ocultar o crânio, prova do crime.
Com medo do assassino, Luan Santos, que está preso no Centro Sócio educativo do Bosque, pelo crime de assalto, informou que não participou do crime, apenas ajudou a enterrar a cabeça da vítima em 2011. “Só fui para a colônia com ele [Beto], lá em Puerto Alonso,  e fui até onde ele enterrou a cabeça do Zeca. O crânio já tava decomposto, só tinha um pouco de cabelo e uns dentes, não dava para identificar só pela aparência”, salientou o menor.
Ainda de acordo com o menor, Beto teria enterrado a cabeça separadamente como se fosse um prêmio para ele, para mostrar poder aos demais.
Caso Fabrício: família não descarta que ossada seja do garoto desaparecido
Após a descoberta da ossada humana, agentes do IML receberam a visita da família do garoto Fabrício Costa, que continua desaparecido. A ossada e o crânio humano foram recolhidos pelo IML e serão submetidos a exames de DNA. O delegado informou que a família do garoto Fabrício já disponibilizou material genético para verificar se a ossada pode ser do adolescente sumido e pode procurar a delegacia para mais informações da ossada, que desconfiam ser a do menino. Mas somente após o laudo pericial do exame de DNA, será confirmada a origem do esqueleto, e assim, elucidado o crime.
A ossada está em poder do IML, onde se torna a última peça para desvendar do crime.
Pedido da polícia
A polícia civil pede ajuda da população para descobrir informações e vestígios da família de Zeca, morto e encontrado em alto grau de putrefação. A decomposição do corpo da vítima tornou inviável a descoberta da identidade de Zeca, já que nenhuma informação ou familiar prestou queixa sobre o sumiço do indivíduo.
Fonte: Jornal O Rio Branco

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