Usar a declaração do ano anterior como
referência facilita o preenchimento.
Antecipação evita erros e facilita na escolha do melhor modelo.
Ainda
falta mais de um mês para o início do prazo para fazer a declaração do Imposto
de Renda 2014 – que deve começar no início de março – mas os contribuintes já
podem ir se preparando. Há muito trabalho que pode ser feito para facilitar o
preenchimento do documento, evitar erros que podem levar à malha fina e
encontrar o modelo que renderá o menor gasto ou a maior restituição ao
contribuinte.
“Ainda que seja início do ano, o contribuinte
já tem as informações do que operou (gastou, recebeu, teve de rendimento) em
2013, por isso tem como levantar os dados”, diz o consultor tributário da IOB
Folhamatic EBS, Antonio Teixeira.
A
gerente operacional e especialista de IR da MG Contécnica, Juliana Fernandes,
diz que fazer a declaração cedo acelera a restituição e facilita a escolha da
melhor forma de declarar para quem tem imposto a pagar. “Nos casos em que o
contribuinte tenha restituição, quanto antes ele fizer a entrega, mais rápido
recebe sua restituição. Para quem tem imposto a pagar, quanto antes iniciar o
preenchimento da declaração, mais tempo terá para analisar a melhor alternativa
para o seu caso”, diz.
O
primeiro passo é encontrar a declaração de 2013, referente aos gastos de 2012,
para usar como referência no preenchimento do IR desde ano. Com a versão
digital, o contribuinte importará dados do ano anterior como a fonte pagadora e
os dependentes, e só precisará preencher os valores deste ano. É preciso
conferir se nada mudou nos campos e ter os documentos referentes a 2013 para
não errar os números.
Este
ano, pela primeira vez será possível ter uma declaração pré-preenchida pela
Receita Federal com todas as operações feitas no CPF do contribuinte. Com isso,
não será preciso nem preencher os valores na declaração, apenas acrescentar o
que estiver faltando e conferir os dados apresentados. O serviço, no entanto, só é válido para quem tiver certificado
digital, uma assinatura virtual obtida em empresas certificadoras.
Quem é
empregado deve receber os comprovantes de rendimento até 28 de fevereiro; os
aposentados pelo INSS vão receber em casa o documento ou podem consultar no
portal da previdência a partir de 28 de fevereiro. No documento – DIRF –, a
fonte pagadora informa o que foi pago e os descontos de imposto feitos durante
o ano.
O
tempo antes da abertura do prazo de entrega da declaração pode ser aproveitado
para localizar os comprovantes de todos os gastos, rendimentos, aplicações e
ganhos de capital (como atualização do valor de imóveis) realizados em 2013.
Entre os mais comuns estão pagamento ou recebimento de aluguel, gastos e
receitas dos profissionais liberais lançados no livro-caixa, investimentos e
aplicações financeiras como a poupança, gastos com saúde e educação.
Porque
se antecipar
Organizar os documentos e começar a preencher a declaração ainda antes de o
prazo para o envio estar aberto permite declarar com calma, rever os dados
inseridos, fazer simulações em relação aos dependentes e aos tipos de
declaração para ter certeza de como vale a pena declarar, qual o melhor modelo
de declaração e se os dados estão corretos.
“Faça
a simulação com o companheiro em conjunto e separado, no modelo completo e no
simplificado; calcule se a declaração vale a pena com a renda dos dependentes”,
diz Teixeira.
O
planejamento evita que faltem documentos na hora de preencher a declaração ou
que erros causados por esquecimento e pressa, como deixar de fora uma fonte
pagadora ou errar um valor, façam o contribuinte cair na malha fina.
Veja
abaixo em que áreas estão os gastos e receitas mais comuns para ajudar a fazer
sua lista:
Empregados:
devem receber até
28 de fevereiro o comprovante de rendimento das empresas em que trabalham. Elas
podem mandar em papel ou apenas disponibilizar online.
Aluguel:
o locador deve
verificar os valores recebidos no contrato de aluguel ou canhotos dos recibos
que passou ao inquilino para indicar na fonte de renda; o locatário deve
informar estes valores em pagamento efetuados.
Profissional
liberal: deve
observar o que pagou no carnê leão (em que recolhe imposto mensalmente),
verificar no livro-caixa as despesas e lançar as receitas na declaração.
Imóveis:
quem comprou
imóvel precisa fazer a declaração de bens; quem vendeu, tem de verificar o
ganho de capital. O recolhimento do imposto na venda, no entanto, deve ser
feito no mês seguinte à venda, por meio do GCAP, um programa da receita.
Investimentos
e aplicações: os
comprovantes de aplicações e movimentações financeiras são enviados pelo
correio ou disponibilizado pelo site das insituições.
Saúde:
é preciso juntar
as notas fiscais e recibos de pagamento do plano de saúde, laboratório,
dentistas, etc. Se os comprovantes não forem encontrados, pode-se pedir
segunda-via do recibo.
Educação: procurar os recibos e notas de gastos com educação
infantil, fundamental; médio, superior, de pós-graduação e profissional.
Previdência: quem tem o plano PGBL, cuja contribuição pode ser
descontada no IR, tem de obter o recibo de contribuições e resgates.
Dependentes: fazer simulações para ver se vale a pena colocar
pais como dependentes para deduzir gastos como o de saúde, já será preciso
incluir a renda
Fonte: G1.com