A
morte de Anderson Franco dos Santos, vulgo “Fumaça”, 19 anos, líder de uma
gangue no bairro Caladinho, no mês de julho deste ano, durante uma ocorrência
policial, gerou mais tensão entre criminosos da facção e policiais militares do
5º Batalhão que fazem o policiamento ostensivo no local.
A
segurança no Caladinho é feita por três policiais. Um dos soldados que pede
para não ter seu nome divulgado revela que informações de populares dão conta
de que membros da gangue que era liderada por “Fumaça” planejam uma retaliação
aos policiais.
Os
criminosos, que na sua maioria são ex-presidiários estariam recrutando menores
para práticas de delitos e atentados contra policiais.
De
acordo com o PM, o caso chegou ao conhecimento da guarnição através de uma
moradora que intimidada, tanto quanto os policiais pela lei do medo e do
silencio, pede para não ter seu nome divulgado.
Conta
o policial que “uma moradora da invasão do Caladinho saía para o trabalho
quando ao passar por uma das vielas avistou um grupo de indivíduos que dentre
eles um estava armado e conversavam entre si comentando que “iriam passar o
sal” em dois policiais que mais importunavam os traficantes. E um deles passava
a todos os outros as características destes policiais e que fariam o serviço
quando os PMS estivessem despercebidos no local. Ao ouvir as característicam
dos, a moradora lembrou que no seu trabalho tem um cliente que é militar e que
se tratava dele a conversa. E coincidentemente o PM foi neste dia ao seu
trabalho e a mesma relatou todo o fato com desespero”.
O
policial conta ainda que os bandidos criaram coragem para atirar contra a
policia, e que neste ano “passou das contas as vezes que os traficantes e
assaltantes atiram em viaturas e em policiais enquanto estão em fuga”. “ Eu
quero pelo menos ter a oportunidade de defender minha vida”, diz.
Casos
de ameaças a policiais não é mais novidade e revela que no Acre, assim com no
resto do país, principalmente nos grandes centros, bandido não tem medo de
policial.
No mês
de setembro deste ano, durante confronto entre policiais e criminosos na região
do Segundo Distrito, homens armados dispararam seis vezes contra o
sargento Everaldo Santos. Ele foi atingido com quatro disparos.
No
mesmo mês o sargento Abel Amorim foi vítima também de uma emboscada de bandido
enquanto chegava em casa, no 2º Distrito. Foi salvo porque no momento em que
ele era confrontado pelos bandidos passava uma viatura da PM.
No
Caladinho as motivações maiores são a morte do líder da gangue e repressão
tráfico de drogas.
Anderson
Franco comandava vários assaltos e teria cometido estupros a mulheres da
região. Ele agia junto com seu irmão Andrew Franco, conhecido pelo apelido de
“Faísca” que está preso.
Em
julho, mês em que foi morto, Fumaça estava com mandado de prisão em aberto.
Durante
patrulhamento de rotina ele foi abordado por policiais e reagiu com fuga
invadindo uma casa, onde fez a proprietária de refém. Os policiais invadiram a
residência, Fumaça tentou esfaquear um policial e foi atingido com um tiro. O
Samu foi acionado, mas ele morreu a caminho do Pronto Socorro.
Secretário
de segurança do Acre diz que caso deve ser apurado
O
secretário de segurança do Acre, Reni Graebner disse que o fato deve ser
comunicado pelos policiais ao alto comando da Polícia Militar para instauração
de inquérito e posterior apuração de ameaça aos PM’s.
“A
própria Polícia Militar apura o caso e se necessário deve instaurar inquérito.
Desde que haja comunicação entre a guarnição e o comando deve-se tomar medidas.
Essas medidas são a de instauração de Inquérito. No momento em que o fato é
conhecido pelo comando é encaminhado para a corregedoria. Dependendo da
situação pode também ser instaurado inquérito na Polícia Civil”, acrescenta
Reni Graebner.
Fonte: Jornal Ac24horas
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