A inclusão da
Bacia do Acre no bloco de bacias que serão licitadas no leilão de outubro da
Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi destaque no Bom Dia Brasil desta
quarta-feira, 17. A matéria retrata a possibilidade de existência de um gás não
convencional, o xisto, em três bacias do bloco de sete que serão licitadas pela
ANP. Além da Bacia do Acre, a reportagem evidencia as bacias do Parecis,
Recôncavo, Parnaíba, São Francisco e Paraná. A exploração de novas bacias é
para aumentar a segurança energética em todo o país.
“ESSE pode ser um atalho na emancipação econômica das populações do Juruá”, disse o governador Tião Viana - Foto: Arquivo Secom |
A reportagem confirma anúncio feito pelo
governador Tião Viana há cerca de 20 dias. Viana acompanha o processo desde
2000, quando fez as primeiras tratativas junto à Agência Nacional de Petróleo
(ANP), Ministério das Minas e Energia e outros órgãos do setor energético
buscando a retomada da prospecção de petróleo e gás no Estado.
Antes de chegar ao estágio para estar em
condições de participar do processo de leilão, a Bacia do Acre passou por
várias etapas. Dentre elas a inclusão da Bacia no Plano Plurianual de Estudos
de Geologia e Geofísica da ANP, aquisição de dados geoquímicos,
aerolevantamento gravimétrico e magnetométrico e o processamento de dados
sísmicos. Depois de concluído o levantamento sísmico a Bacia do Acre se
credenciou para ser licitada em leilões da ANP, o primeiro está previsto para
ser realizado em outubro de 2013.
Para chegar à conclusão de que a região do
Juruá tinha de fato as condições para prospecção de gás natural e petróleo foi
preciso trilhar um longo caminho que incluiu levantamentos aéreos, realizados
de 2007 a 2008; levantamentos químicos de 2008 a 2010 e por fim, a fase dos
estudos de sísmicas terrestres.
Os estudos revelaram o potencial promissor
para a ocorrência de gás natural na bacia, além de estruturas adequadas para a
acumulação de hidrocarbonetos, ampliando significativamente as expectativas
exploratórias na região. A Bacia abrange os municípios de Cruzeiro do Sul,
Mâncio Lima, Porto Walter, Rodrigues Alves, no Acre; e Guajará e Ipixuna no
Amazonas.
Para o governador Tião Viana que vem
trabalhando nesta questão, desde quando ainda atuava como senador da República,
para que a ANP fizesse a prospecções de petróleo e gás natural no Acre, a
conclusão dos estudos representa um marco para o Estado.
Tião Viana teve papel decisivo
para o início das prospecções
Na década de 1970, a Petrobras perfurou poços
na região da Serra do Moa, no Vale do Juruá, e descobriu boa quantidade de gás,
mas o produto não foi explorado comercialmente devido à distância e às
dificuldades de ordem tecnológica da época. Desde o início de seu primeiro
mandato como senador da República, em 1999, o atual governador do Acre foi à
luta junto aos órgãos responsáveis para garantir a retomada da prospecção de
petróleo e gás no estado.
Em 2007, foi lançado o Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) que destinou R$ 75 milhões de investimentos na área de
prospecção de petróleo em todo o país, com recursos de emendas do senador Tião
Viana, que batalhou para que os recursos fossem aprovados no Orçamento Geral da
União. Do total, o Acre foi contemplado com R$ 27 milhões para pesquisas
principalmente na região do Vale do Juruá.
À época, Tião Viana dizia que a existência de
petróleo e gás era tida como certa no subsolo acreano porque o território do
estado está situado numa região circundada por regiões de bacias sedimentárias
onde já foi constatada a existência de grandes quantidades dos dois
combustíveis fósseis. É o caso das bacias produtoras existentes no Amazonas e
nas regiões vizinhas da Bolívia e do Peru.
A possível produção de petróleo e gás no Acre
poderá trazer royalties preciosos para o Estado e os municípios, onde houver
ocorrência dos dois combustíveis, investirem em benefícios econômicos e sociais
de suas populações.
Emancipação econômica, sem se
descuidar da sustentabilidade
Na fase inicial dos estudos, quando era para
detectar a localização e o tamanho das jazidas, as áreas de unidades de
conservação e de terras indígenas foram excluídas do mapa geológico. De acordo
com o secretário estadual de Meio Ambiente, Edgard de Deus, a licença ambiental
para o início dos estudos sísmicos foi emitida pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
"Foram feitos estudos ambientais para
poder fazer o trabalho de sísmica, esses estudos indicaram um plano de gestão
ambiental composto de um projeto de educação ambiental para os trabalhadores,
programa de monitoramento ambiental, programa de comunicação para a população,
programa de construção, programa de levantamento fitossociológico e faunístico
porque terá supressão de vegetação", observa Edgard de Deus.
O secretário esclarece ainda que mesmo na
área onde haverá maior supressão da vegetação que é no estado do Amazonas os
danos são pequenos e restritos as linhas de sísmica. "Esta previsto, nas
áreas onde a vegetação será suprimida, o processo natural de regeneração, que
ira recompor a floresta", destaca Edgard.
EDEGARD de Deus: licença ambiental para o início dos estudos sísmicos foi emitida pelo Ibama |
Isto
demostra o compromisso do governo do Estado em não abrir mão de sua política de
sustentabilidade e do trabalho de desenvolvimento econômico. O governador faz
questão de dizer que a prospecção vem sendo executada em conformidade com as políticas
públicas defendidas pela atual gestão.
"Esse trabalho vem sendo feito com esse
cuidado e trabalhando em áreas antropizadas do Acre - áreas cujas
características originais [solo, vegetação, relevo e regime hídrico] foram
alteradas por consequência de atividade humana – Temos respeito ao
socioambientalismo que está sendo preservado e assegurado por nós", afirma
o governador.
A expectativa é de que a prospecção gere
renda aos acreanos através da conversão desta atividade em forma de royalties,
ICMS, ou qualquer outro recurso proveniente da prospecção, em atividades de
preservação e fortalecimento da vida socioambiental do Estado. "Esse pode
ser um atalho na emancipação econômica das populações do Juruá porque permitirá
investimentos na região que variam da plantação de frutíferas, à atividades de
uso da biodiversidade para produção de cosméticos. Podemos multiplicar as ações
sustentáveis", completou o governador.
Fonte: Página 20
FIZ A PESQUISA PARA TER MAIS CONHECIMENTO DESTE ASSUNTO, E A RESPOSTA FOI A ESPERADA OBRIGADO!
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