O
prefeito de Tarauacá-AC, Rodrigo Damasceno (PT), fechou um contrato, no mínimo
suspeito, no valor R$ 1,8 milhão com a cerâmica São Jorge, apesar de a
prefeitura da cidade possuir sua própria fábrica de tijolos.
A
empresa com quem o Município fechou o contrato é citada nas investigações da
Operação G-7 da Polícia Federal como uma das participantes da fraude no
programa Ruas do Povo no município.
O mais
grave é que todo o negócio foi fechado em família. O responsável pela
cerâmica é o empresário Raimundo Damasceno, segundo o relatório da G-7. Ele é
tio do prefeito da cidade e apontado como testemunha do cartel das empresas que
segundo peritos da Polícia Federal, fraudavam licitações e desviavam dinheiro
público dos serviços de pavimentação em Tarauacá.
No contrato,
a prefeitura informa que a cerâmica fica responsável pelo fornecimento de
tijolos maciços, tijolos de oito furos e areia à Secretaria Municipal de
Serviços Urbanos.
Demonstrando
desconhecer o contrato, o prefeito Rodrigo Damasceno disse, por telefone, que a
cerâmica ficará responsável por fornecer apenas “tijolos de furos e areia, que
não tem na cerâmica municipal”. Mas a publicação do Diário Oficial, do dia 06
de junho, é clara ao informar que “a
Cerâmica São Jorge também fornecerá tijolo maciço”, que é fabricado pela
municípalidade, segundo informou o próprio prefeito ao tentar se
justificar.
Rodrigo
Damasceno também negou que seu tio seja sócio da cerâmica e informou ainda que
tudo foi feito de forma legal através de um pregão. “Ele não faz parte da
sociedade. Teve um pregão. Um pregão aberto divulgado no Diário [Oficial], onde
todo mundo, qualquer pessoa pode participar”, acrescentou.
A
reportagem de ac24horas também
ouviu o procurador jurídico da prefeitura de Tarauacá, Emerson Pereira. Ele explicou
de forma mais detalhada o pregão. “De fato nos fizemos um pregão para registro
de preços. O objeto era tijolo maciço, tijolo de oito furos e areia. O
Município tem uma cerâmica, só que essa cerâmica só produz tijolo maciço, e ela
não produz em quantidade suficiente para atender a demanda. Nós fizemos uma
licitação para registro de preços e não para aquisição imediata. Isso é pra se
caso a gente necessite comprar tijolo a mais”, explica.
O
procurador também informa que a cerâmica não pertence a Raimundinho Damasceno.
“Ela é do Tárcio Prado e do filho dele. A Polícia Federal colocou no relatório
que ele era o dono talvez porque ele (Raimundinho) tinha contratado a empresa
para fazer serviços, mas não é dele”, acrescenta.
Fonte: Jornal ac24horas
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