Aloizio Mercadante vai começar na
sexta-feira (24) a fazer sua mudança para o Palácio do Planalto, onde vai
ocupar a Casa Civil. Essa substituição e mais as vagas abertas para o PTB,
PROS, e mais espaço ao PSD e PMDB, são indicativos de que a presidente Dilma
quer mais política no governo neste ano de campanha à reeleição. Assim ela
assegura a presença de dez partidos em seu palanque. A ministra Gleisi Hoffmann
volta de férias na sexta para dar início à transição de tarefas para
Mercadante. A partir daí, ele terá uma sala no quarto andar do Palácio do
Planalto para fazer as reuniões necessárias antes de ser empossado.
A transferência de Mercadante foi
acertada no fim de semana, mas as mudanças na equipe só serão efetivadas no dia
30 de janeiro, quando a presidente voltar da viagem que fará a Davos (Suíça), a
partir de quarta-feira e, depois, a Cuba. As conversas estão sendo feitas, mas
algumas substituições estão definidas: o PMDB deve ficar com a Secretaria dos
Portos. Para isso, terá de abrir mão do Ministério do Turismo, onde será
abrigado um representante do PTB, partido que volta ao ministério com a
indicação de Benito Gama.
O PSD de Gilberto Kassab vai
ganhar mais espaço com a indicação de um nome para o Ministério de Ciência e
Tecnologia; e o PROS deve ficar com a Integração Nacional, com Francisco
Teixeira, sob as bênçãos dos irmãos Gomes, do Ceará. A presidente Dilma Rousseff
quer manter Henrique Paim no Ministério da Educação (ele é o
secretário-executivo da pasta) e indicar Arthur Chioro para o Ministério da
Saúde, no lugar de Alexandre Padilha, que vai disputar o governo de São Paulo.
Para o Ministério da Indústria e Comércio, a indicação é de Josué Gomes da
Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar. Ele é filiado ao PMDB, mas sua
nomeação seria na cota pessoal da presidente.
Com Mercadante na Casa Civil, o
governo passa a ter uma outra configuração. Muito próximo à presidente Dilma,
ele é apontado como um gestor (já foi ministro da Ciência e Tecnologia e da
Educação) mas, é sobretudo, um político no centro do governo. Ele foi se
fortalecendo junto à presidente nos últimos meses e ganhando mais espaço, a
ponto de conduzir conversas políticas em nome dela. No momento em que assumir a
Casa Civil, ele terá ainda mais atribuições – além de ser o gerente do governo,
será também um emissário da presidente para assuntos também da política.
Até aqui, Mercadante era o
representante de Dilma nas reuniões quinzenais do PR para articulação da
campanha deste anos – tanto da reeleição como alianças com os demais partidos e
palanques estaduais. Agora, ele poderá ser substituído por outro petista nestas
reuniões. Um nome cotado é o de Paulo Bernardo, ministro das Comunicações.
As mudanças definidas até aqui
pela presidente indicam que ela está de olho nas eleições de outubro. Mas a
escolha de Mercadante pode indicar que, se vencer a eleição, ele continuará no
posto, cumprindo o papel de “Dilmo da Dilma” – o gerente do governo no segundo
mandato, buscando de cacifar para disputar as eleições em 2018, caso a vaga
esteja aberta – e não seja desde já reservada ao ex-presidente Lula.
Fonte: G1.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário