Já passava das 11:h da manhã
quando Tião Viana (PT) chegou ao hotel que tem como um dos sócios o assessor
especial dele, Antônio Monteiro, local onde seria realizada a primeira reunião
de junção de forças políticas para o segundo turno.
Apressado, o candidato atravessou
o grande saguão do hotel e saiu cumprimentando a todos com sorriso automático,
mas não vislumbrou entre os presentes figuras importantes da coligação, donos
de votações expressivas como o deputado José Luiz Tchê (PDT) que obteve 11. 397
votos para a Câmara Federal, Eber Machado (PSDC) eleito com 5.300 votos, Manoel
Moraes (PSB) eleito com 5.180 votos, Elson Santiago (PEN) que perdeu o mandato
após 28 anos de mandato consecutivo na Aleac ou Moisés Diniz (PCdoB),
vice-presidente da Aleac e ex-líder do governo no parlamento, Astério Moreira
(PEN) atual líder do governo, Denilson Segovia (PEN) e Helder Paiva (PEN).
“Ficamos à pão e água enquanto o
PT beneficiava seus candidatos”, dizem lideranças da FPA; governador Tião Viana
terá dificuldades para reconquistar também alguns deputados eleitos
As baixas na reunião têm nome
certo e endereço fixo: insatisfação com o resultado nas urnas e ressentimento
com o tratamento recebido no governo do PT para suas respectivas reeleições.
De acordo com um dos dirigentes
partidários que pediu para não ter o nome revelado, a insatisfação não é apenas
dos candidatos derrotados que se sentiram desprestigiados, mas também de alguns
dos candidatos que foram eleitos que declararam que a cúpula petista deu apoio
financeiro apenas aos candidatos da sigla.
“Nos tratou como se fossemos da
oposição. Apenas alguns petistas se beneficiaram, o resto lutou contra uma
estrutura poderosa. Estou devendo e não pretendo me expor se não valer a pena.
Não podemos tratar como amigos quem nos prejudica”, declarou.
Enquanto a reunião ainda
acontecia, um sereno Elson Santiago (PEN) caminhava pelos corredores da
Assembleia Legislativa com a calma de quem tem todo o tempo livre pela frente.
“Vamos tratar deste assunto depois”, respondeu em tom calmo ao ser questionado
por um assessor direto sobre uma suposta urgência para despachar.
Uma pessoa ligada ao gabinete do
deputado Jonas Lima conversou com os jornalistas presentes no saguão do hotel,
antes que o assessor petista Oly Duarte pedisse que a imprensa se retirasse e
informou que Jonas lutou contra uma poderosa força estatal a serviço de outras
candidaturas.
“A candidatura do deputado Jonas
não era prioridade. Tinha secretaria inteira a serviço do Marcelo Siqueira
(candidato derrotado) e nós a pão e água, mas mesmo assim vencemos”, declarou.
Além de Tião Viana ter que se
preparar para enfrentar o duelo com o candidato tucano Marcio Bittar, terá que
enfrentar a ira interna e combater o chamado fogo amigo.
Matéria: Contilnet
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