O
Jordão foi o oitavo município a ser visitado pela Caravana de Cultura e
Humanização, no último fim de semana. Durante a passagem da caravana, sua
equipe realiza o levantamento histórico das cidades, a fim de garantir a
visibilidade de pessoas, seus bens materiais e imateriais, estabelecendo com a
comunidade um canal de comunicação por meio da oficina de comunicação
patrimonial.
A
cidade tem características peculiares que são destacadas pelos moradores.
Uma delas é a localização, no encontro dos rios Jordão e Tarauacá, fato que
chama atenção de quem visita o local. Outro aspecto é a concentração de índios
kaxinawá, que representam um total de 30% da população, agrupados em mais de 30
aldeias em três terras indígenas: Seringal Independência (Rio Tarauacá), baixo
Rio Jordão e Alto Rio Jordão.
Surgido
no período áureo da borracha, o pequeno município tem a maior altitude no
Estado, com 278 metros. A Vila Jordão só ganhou o status de município no dia 28
de abril de 1992, quando, por força da lei 1.034, teve seu território de
6.695,5 km² desmembrado de Tarauacá.
Com
6.059 habitantes, dos quais 86% vivem na zona rural, Jordão tem sido notícia
nacional devido à existência de índios arredios em seu território. Sua economia
é voltada para o extrativismo da borracha e essências florestais. Na região há
grande quantidade de palmeiras de dendê nativas.
A
agricultura cada vez mais se desenvolve, com plantio de milho, alho, feijão e
amendoim. Praticamente toda a produção vegetal e animal é comercializada em
Tarauacá ou localidades do Amazonas.
Marcas
do primeiro ciclo da borracha
Localizado
a 15 minutos de barco de Jordão, o Seringal Boa Vista ainda guarda riquezas do
primeiro ciclo da borracha no Acre, ocorrido no período de 1879 a 1912. O ciclo
da borracha foi um momento importante da história econômica e social do Acre,
relacionado com a extração de látex e comercialização da borracha,
proporcionando expansão da colonização e atração de riqueza, bem como
transformações culturais e sociais na região amazônica.
No
local é possível encontrar antigas garrafas que foram trazidas de outros
países, como Portugal e Espanha. “Morei no Boa Vista toda a minha vida, e
sempre encontramos esses materiais por aqui. Antes eu não tinha certeza da
importância deles, mas sempre achei que devia guardar da melhor forma”, conta a
agricultora Maria Rita Gomes.
Além
disso, os moradores contam que existe um cemitério localizado no meio do
seringal, também da época da borracha.
Fonte: Agência de Noticias do Acre
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