Indicado pelo deputado Sibá
Machado (PT) para ocupar a reitoria do Instituto Federal de Ensino Técnico do
Acre (Ifac), o professor Breno Silveira teve sua demissão
sumária ocasionada pela proximidade com o governador Tião Viana
(PT), o que deixou descontente o seu “criador”. Vendo-se sem poder de
influência sobre Silveira, o que não permitira o empenho da estrutura do Ifac
em sua campanha de reeleição, Sibá Machado fez uma operação de cima para baixo
que resultou na demissão, via telefone, do ex-reitor.
A operação do deputado acendeu a
luz vermelha dentro do PT e do Palácio Rio Branco, já que Machado fez a mudança
sem a consulta prévia ao partido e ao governador. Por acordo nacional do PT,
todos os cargos federais nos Estados administrados pela legenda devem ter o
aval da direção e do governador, o que não aconteceu neste caso.
Até o governo foi pego de
surpresa. Breno Silveira foi demitido ao meio-dia da última quinta-feira (24)
pelo secretário de ensino técnico do Ministério da Educação, Alércio Trindade.
Fontes asseguram que todas as tratativas para a saída de Silveira foram
conduzidas pelo deputado.
Por fazer parte da mesma
tendência petista do novo ministro da Educação, Henrique Paim, Machado teve
facilidade para conseguir a mudança no Ifac. Com a proximidade das eleições e
às voltas com o PT concentrado na eleição de outros nomes para a Câmara, ele
iniciou uma operação voo cego em busca de arranjos políticos.
Vendo Breno Silveira muito
próximo a Sebastião Viana e sabendo que o governador trabalha para retaliá-lo
por conta das eleições internas do PT ano passado, Sibá decidiu se antecipar
para não ver o Ifac empenhado na campanha de um concorrente. No lugar de Breno,
filiado ao PT, ele colocou a professora Rosana Cavalcante, que tem boas
relações com o oposicionista Tião Bocalom (DEM).
O mais grave são os riscos a que
Sibá submeteu uma das principais instituições de ensino no Acre, alvo de
armações políticas desde sua fundação, em 2009. Pelo menos 16 mil vagas do
Pronatec nos 22 municípios ficaram comprometidas com a mudança repentina. “O
Ifac está numa verdadeira crise institucional”, diz um servidor.
Desde a semana passada o
instituto está em greve. Os diretores dos campus na capital e interior prometem
uma “rebelião” caso não ocorra eleições diretas para a escolha dos novos
diretores. Um concurso com quase 300 vagas entre administrativos e professores
também corre riscos, além da contratação de 3 mil professores provisórios para
o Pronatec.
Fonte: Jornal Ac24horas
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