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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

POLÍTICA: O SOBE E DESCE DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Passado o rescaldo das eleições municipais, é o momento de se fazer um balanço dos vencedores e perdedores no pleito, um exercício menos simples do que parece. Existem os inegáveis vitoriosos, que aparecem na exuberância dos números, mas há também aqueles que mesmo aparentemente derrotados conquistaram ganhos políticos e os que, embora vitoriosos, tiveram um resultado pior do que o previsto.
São estas situações que A TRIBUNA passa a analisar:
OS VENCEDORES
GOVERNADOR TIÃO VIANA Foi o mais claro e cristalino vencedor político do pleito. Após ter sido eleito em uma disputa voto a voto, arriscou todo o seu patrimônio político, acreditando que seria necessário o lançamento de um nome novo para concorrer à prefeitura da Capital e oxigenar e, ao mesmo tempo manter a hegemonia do PT e da Frente Popular.  Não foram poucos os que, mesmo dentro de seu campo político, consideraram sua posição temerária ou simplesmente não embarcaram da candidatura do engenheiro Marcus Alexandre. Tião provou que estava certo, foi o grande comandante da campanha e da vitória e ainda elegeu outros cinco prefeitos para o PT e mais três da Frente Popular, em um ambiente político hostil. Sai fortalecido para a disputa da reeleição em 2014.
MARCUS ALEXANDRE - Até há poucos anos o acriano poderia achar engraçado ou mesmo se revoltar com o lançamento, por um partido tão tradicional como o PT, para a disputa da prefeitura da Capital, de um jovem engenheiro paulista , sem experiência política e praticamente desconhecido da população. 
Com muito esforço, muito trabalho, muita dedicação e identificação com o povo acriano, especialmente com a população mais carente e com serviços efetivos realizados, Marcus Alexandre foi uma grata surpresa política. Percorreu a pé cada rua de cada bairro, batendo de casa em casa, tornando-se cada vez conhecido e acabou por reverter toda a expectativa negativa em relação a seu nome. Sepultou a xenofobia e mostrou que pode-se amar o Acre e sua capital  mesmo sem ter o umbigo enterrado na gameleira. 
PT- Dentro da Frente Popular o PT foi o destaque. Perdeu em alguns locais, mas ainda domina seis prefeituras, incluindo a poderosa capital. 
PC do B - O partido está claramente se renovando, tem novas lideranças, elegeu dois prefeitos, ainda que em cidades pequenas, o vice-prefeito na Capital e mostrou que não precisa viver agarrado à barra da saia de antigas lideranças. 
FRENTE POPULAR - A Frente Popular emagreceu, perdeu alguns penduricalhos e mesmo algumas supostas lideranças, mas ficou mais coesa e unida e saiu engrandecida do processo, mesmo perdendo algumas prefeituras importantes. Agora será preciso reformular seus quadros especialmente no Vale do Acre e buscar formas de vencer em Cruzeiro do Sul. 
PSB - O partido do vice-governador César Messias elegeu um prefeito e três vereadores na Capital, mostrando sua força e sua capacidade de conciliação. 
NILSON AREAL - Contra tudo e contra todos foi o grande vencedor das eleições em Sena Madureira, conseguindo fazer seu sucessor pelo PR, vencendo poderosos e endinheirados adversários. Ficou como uma das mais fortes lideranças do interior. 
LUIZ TCHÊ E O PDT- O deputado Tchê soube ouvir o clamor das urnas e reviu a tempo sua posição, regressando à Frente Popular no segundo turno e participando da vitória de Marcus Alexandre na Capital. 
PMDB- Entre os partidos de oposição foi o que se saiu melhor, elegendo quatro prefeitos, entre eles, o da segunda maior cidade, Cruzeiro do Sul. Enfrenta o desafio da renovação de lideranças, que pode começar pelos novos vereadores eleitos. 
OS PERDEDORES 
OPOSIÇÃO - Mostrou-se dividida, presa excessivamente a velhas lideranças distantes da população e sem unidade de ideias, clareza de propostas e um projeto válido de desenvolvimento para o Acre. Terá que repensar suas estratégias e seus nome para os próximos leitos. 
BOCALOM - Aprendeu a duras penas que Rio Branco não é Acrelândia. Não conseguiu formular uma proposta de governo que atraísse a população e sai derrotado pela quarta vez, eliminando suas chances em qualquer eleição majoritária. 
PSDB - O partido, que foi vitorioso na votação para Presidente da República no Estado não consegue transferir esse sentimento para uma candidatura majoritária vitoriosa. Seu principal líder, deputado Márcio Bittar perdeu na capital e em seu reduto Sena Madureira, o que pode dificultar o lançamento de seu nome para 2014. A oposição raivosa que o partido mantém na Assembleia também não rendeu respaldo popular. 
PSD e PP – Os caciques Petecão e Gladson Cameli não fizeram sequer um prefeito e conquistaram e conquistaram números pequenos de vereadores sendo questionados em sua suposta liderança. Petecão fica em situação difícil para pleitear o governo do Estado. 
DEPUTADA PERPÉTUA ALMEIDA - Fez muito estardalhaço e mostrou que isso tinha muito pouca importância. A Frente Popular ganhou sem ela e nem o PC do B sentiu sua ausência. 
Fonte: Jornal A Tribuna

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