A
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania rejeitou a obrigatoriedade de
aulas em simulador de direção para quem deseja tirar a carteira de motorista. A proposta consta do Projeto de Lei 4449/12, do deputado
Mauro Lopes (PMDB-MG), que estabelece simulações antes do início das
aulas de direção em via pública, e obrigaria as autoescolas a adquirir as
máquinas.
Como
tramita em caráter conclusivo, a proposta deve ser arquivada, a não ser que
haja requerimento para que o Plenário reveja a decisão.
A
comissão acatou voto apresentado pelo deputado Marcos Rogério (PDT-RO) contra a proposta, defendendo que ele
é inconstitucional por causar prejuízo à livre iniciativa. Em sua opinião, é um
direito assegurado às empresas a atuação sem discriminação em todos os setores
econômicos, mas a maioria das milhares de autoescolas são pequenos
empreendimentos que não têm condição de adquirir os simuladores, que custam em
torno de R$ 20 mil. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) foi escolhido
relator.
O
deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR), que mais uma vez solicitou a inclusão do
texto em pauta, criticou o uso de simuladores, por acreditar que eles são caros
e devem retirar do mercado muitas autoescolas, encarecendo o processo de
habilitação para a maior parte da população. Dessa vez, 35 deputados apoiaram a inclusão, e a proposta voltou a ser
debatida.
Ele
ressaltou que o estudo que embasou a obrigatoriedade dos simuladores não se
aprofundou o suficiente no assunto, e quis estabelecer no Brasil uma prática
que não foi adotada exceto como formação complementar por outros países. “Esse
estudo é decepcionante, uma colcha de retalho, e não uma reflexão que deveria
embasar os deputados a aprovarem essa medida”, disse.
Custo
O voto não foi unânime, e o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) defendeu o uso dos simuladores. De acordo com ele, o custo da carteira de habilitação no Rio Grande do Sul diminuiu em R$ 100 depois da inclusão dos simuladores nas aulas. “Estou falando da experiência do meu estado, onde não houve fechamento de escolas, nem demissão de instrutores”, disse.
O voto não foi unânime, e o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) defendeu o uso dos simuladores. De acordo com ele, o custo da carteira de habilitação no Rio Grande do Sul diminuiu em R$ 100 depois da inclusão dos simuladores nas aulas. “Estou falando da experiência do meu estado, onde não houve fechamento de escolas, nem demissão de instrutores”, disse.
O
relator original da proposta, deputado Vicente Cândido (PT-SP), lembrou que
havia um acordo para aguardar uma audiência pública sobre a proposta, e todos
os líderes concordaram com esse encaminhamento. No entanto, essa audiência já
foi remarcada quatro vezes, e Marcelo Almeida temia que essa fosse uma manobra
para impedir que a proposta seja rejeitada.
Atualmente
uma resolução do Contran já estabelece o uso de simuladores, e as autoescolas
já estão se adaptando, mas o deputado Marcelo Almeida também é autor de uma
proposta (PDC 1263/13) que susta os efeitos da resolução, reestabelecendo o
método tradicional de aulas ao volante. “Não faço lobby para autoescolas, mas
considero a medida equivocada”, disse.
MESMO TENDO PROJETO DE LEI REJEITADO O SIMULADOR
NAS AUTOESCOLAS CONTINUA OBRIGATÓRIO.
A rejeição ao PL 4.449/12, pela
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que aconteceu na tarde no dia
09/04/2014, não representa o fim da obrigatoriedade do uso de simuladores de
direção nas autoescolas.
O Projeto, em tramitação há quase
dois anos no Congresso previa a obrigatoriedade para todas as categorias. No
entanto, ele foi considerado inconstitucional pelos deputados porque o Conselho Nacional de
Trânsito (Contran) já possui autonomia para esse tipo de decisão.
A decisão, então, foi no sentido
de que os deputados só consideraram que não precisaria constar essa informação
no Código de Trânsito Brasileiro, porque o Contran já se manifestou sobre a
obrigatoriedade do uso de simuladores.
O Contran já decidiu que é
obrigatório o
uso de simuladores em autoescolas para os candidatos a categoria B. As
autoescolas têm até 30 de junho para regularizarem essa situação.
Fonte: Portal do Trânsito.
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