Aumento vale a partir desta quarta-feira. Alta para o consumidor será
de 3,6% e 3,1%
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RIO - Com dificuldades de caixa e um nível elevado de endividamento,
a Petrobras reajusta a partir desta quarta-feira o preço da gasolina na
refinaria em 6%. O preço do diesel subirá 4%. A alta na refinaria deve ser
repassada ao consumidor, com impactos na inflação deste e do próximo ano.
De acordo
com estimativa do Itaú Unibanco, o impacto dessa alta para o consumidor será de
um reajuste de 3,6% no preço da gasolina na bomba. Quem pagava R$ 3,60 pela
gasolina comum, por exemplo, deve começar a desembolsar R$ 3,72 pelo litro do
combustível. No caso do diesel, o litro deve subir 3,1% no posto. Já o Índice
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país,
deve sofrer um impacto de 0,14 ponto percentual.
Com a
disparada do dólar, os preços dos dois combustíveis no Brasil passaram a ficar
mais baixos do que no mercado externo, mesmo num cenário de queda no preço do
petróleo no mercado internacional. Segundo fontes, o reajuste era considerado
essencial para a companhia no momento.
“Os preços
da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não
incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS”,
informou o comunicado da estatal.
IMPACTO NA INFLAÇÃO
O último
reajuste feito pela Petrobras foi anunciado em novembro de 2014, quando a
gasolina subiu 3% e o diesel teve aumento de 5%. Naquela época, o impacto na
bomba para o consumidor do Rio ficou em torno de 2% para a gasolina e de 3,5%
para o diesel.
O consumidor
já havia arcado com um aumento de preços de combustíveis no início do ano, em
razão do repasse do aumento de impostos decretado pelo governo federal no dia
19 de janeiro. Foram restabelecidos PIS/Cofins e a Cide para equilibrar as
contas do governo. Esta última é uma contribuição criada para financiar
investimentos no setor de transporte e tinha sido zerada em 2012 para evitar
que o aumento no preço da gasolina chegasse ao consumidor.
Na ocasião,
os reajustes nos postos do Rio variaram de 0,32% na Tijuca a 8,11% na Gávea, de
acordo com pesquisa de preços feita pelo GLOBO.
Em abril
deste ano, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, declarou em audiência na
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que não previa aumento de
combustível, ao menos a curto prazo. Acrescentou ainda que, do ponto de vista
do preço na bomba, o preço da gasolina no país era justo, “preço de mercado”.
O aumento nos preços da gasolina e do diesel deve pressionar
ainda mais a inflação, que, de acordo com analistas ouvidos pela pesquisa
Focus, do Banco Central, deve encerrar este ano com alta de 9,46%, bem
acima do teto da meta fixada pelo governo, que é de 4,5% com margem de
tolerância de dois pontos percentuais. A previsão do mercado para a inflação no
próximo ano é de 5,87%.
Neste ano, a
gasolina já subiu 9,65% para o consumidor, segundo dados do IBGE.
G1.com
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