Por três anos, a líder
comunitária Silvânia Nunes, que foi presidente da Associação dos Moradores do
Bairro Triângulo, um dos mais populosos de Tarauacá, “deu o sangue” pelo
Partido dos Trabalhadores. Esse encanto teve um fim inesperado e de
conseqüências vergonhosas para a Frente Popular.
“Eu sempre fui simpatizante do
PT. Mas somente em 2011 eu assinei a ficha de filiação. Ajudei a eleger o
Jazone (ex-prefeito) e o atual prefeito, Rodrigo Damasceno, além de ter corrido
atrás de votos para muitos outros candidatos da Frente Popular. Mas descobri
que mentiram pra mim esse tempo todo. Na Justiça Eleitoral, não consta minha
filiação”, afirmou Silvânia, que é servidora concursada do município e também
exerce o cargo de primeira secretária do Grupo de Mulheres de Tarauacá,
composto por representantes de vários partidos.
Um documento da Justiça Eleitoral
indica que Silvânia jamais esteve filiada a qualquer partido. Decepcionada, ela
decidiu-se pelo PDT, em ato ocorrido na noite deste sábado na Câmara Municipal.
“Vejo isso como uma irresponsabilidade muito grande. Uma desorganização
imperdoável. Eu já estava desiludida com a gestão do prefeito, que tem sido
muito generoso com quem lhe criticava na campanha, desprezando a turma que mais
o ajudou. Além disso, tem ocorrido algumas decisões antipopulares do governo
por aqui. Por isso, mudei de lado, e não me arrependo. Sou uma mulher discreta,
e não vou buscar confusão com ninguém. Não preciso de política, mas a política
está dentro de um de nós que lida com movimentos populares. A hipocrisia de
muitos vai ficar na minha memória, especialmente em relação àqueles que me
tratavam como ‘Minha Vereadora’, acreditando que eu seria uma candidata bem
votada pelo PT”, disse ela. Segundo afirma, esse "Tratamento VIP" dispensado
a ela era uma rotina, sobretudo pelos representantes do PT e do PCdoB em
Tarauacá. Silvânia é bastante popular na cidade e também divulga as iniciativas
dos movimentos populares numa rádio comunitária. A assessoria do PDT também fez
uma busca no sistema do T R E e confirmou a história dela.
O PDT trouxe para o partido cerca
de 200 pessoas em Tarauacá – a maioria dissidentes do PT e do PCdoB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário