O Senado aprovou nesta
terça-feira projeto de lei que inibe a criação de novos partidos. A proposta
havia sido aprovada pela Câmara em abril e chegou a ter a tramitação no Senado
suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A matéria seguirá agora
para sanção presidencial.
A proposta impede que
parlamentares que mudem de partido no meio do mandato transfiram para a nova
agremiação parte do fundo partidário e do tempo no rádio e na TV da sigla de
origem. Atualmente, a maior parte do fundo e da propaganda eleitoral é
distribuída proporcionalmente ao tamanho das bancadas.
Após mandado de segurança
impetrado pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), o andamento do projeto no
Congresso chegou a ser
barrado em abril, em caráter liminar (provisório) pelo ministro
Gilmar Mendes, do Supremo, e depois autorizado, em junho, pelo plenário do
tribunal.
Para o relator da proposta no Senado,
Aloysio Nunes (PSDB-SP), a proposta busca manter o acesso ao fundo partidário a
aos tempos de TV e rádio conforme a definição baseada nos votos dos eleitores.
“As migrações [de parlamentares]
que ocorrerem entre uma eleição e outra não afetam essa distribuição.
Basicamente, se prestigia o princípio do voto popular na determinação da força
de cada partido no Congresso Nacional”, disse Aloysio.
O líder do governo no Senado,
Eduardo Braga (PMDB-AM), também subiu à tribuna para defender a matéria.
“Acabamos de presenciar nos
últimos momentos do registro do prazo eleitoral uma verdadeira troca de
partidos – não por identidade dos programas partidários, mas sim por questões
pontuais”, declarou
No último dia 24, o Tribunal
Superior Eleitoral liberou a criação de dois novos partidos: o Solidariedade e
o Partido Republicano da Ordem Social (PROS). Para poder disputar as eleições
pelas novas legendas em 2014, 38 deputados migraram para esses partidos nas
duas últimas semanas.
'Casuísmo'
Quando aprovada na Câmara, a proposta foi apontada como de interesse das maiores legendas no Congresso – como PT e PMDB – contrárias que seriam contrárias à criação de novas siglas, como a Rede Sustentabilidade, de Marina da Silva.
Quando aprovada na Câmara, a proposta foi apontada como de interesse das maiores legendas no Congresso – como PT e PMDB – contrárias que seriam contrárias à criação de novas siglas, como a Rede Sustentabilidade, de Marina da Silva.
Tanto parlamentares da oposição
quanto governistas criticaram a matéria na ocasião. O senador Aécio Neves
(PSDB-MG) chegou a chamar a proposta de “casuísmo” voltado para a reeleição de
Dilma Roussef em 2014. O senador Jorge Viana (PT-AC), defensor do registro do
partido de Marina, também chamou, na época, a proposta de “casuísmo” e
“oportunismo”.
Fonte: G1.com
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