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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

OPERAÇÃO DELIVERY-AUDIÊNCIA PÚBLICA OUVE JARDEL E JOANA DÁRC DENUNCIA EMPRESÁRIO

“Eu sou o bucha”, disse Jardel Lima Nogueira, de 33 anos, que prestou depoimento durante a audiência pública da CPI que investiga o Tráfico de Pessoas no Brasil. Segundo o acusado de integrar a rede exploração sexual de mulheres e adolescentes desmantelada pela Operação Delivery da Polícia Civil, ele teria sido coagido por um delegado que participou da investigação para incriminar um deputado e um desembargador.
Jardel Nogueira começou a falar aos membros da CPI e disse que é vitima da imprensa que o acusou de tráfico de pessoas, pedofilia e exploração sexual, mas que nunca teve envolvimento com a polícia. Preso desde outubro de 2012, Jardel acusou o delegado da Operação Delivery Nilton Boscaro de coação, afirmando que a autoridade policial o intimidou com uma arma durante sua prisão, na tentativa de obter nomes de possíveis acusados de envolvimento com a quadrilha de aliciadores.
O acusado disse também que o delegado Nilton Boscaro queria que ele confirmasse que o deputado estadual Wherles Rocha (PSDB) e o Desembargador Samuel Evangelista contratavam serviços sexuais de menores, por meio dos aliciadores. Durante o depoimento Jardel denunciou que as vítimas também foram coagidas por Boscaro, e que confirmou em depoimento ao Juiz Romário Divino a coação.
O acusado declarou que em determinado momento pensou em confirmar que o deputado Wherles Rocha teria envolvimento com crimes de pedofilia, por conta das pressões sofridas durante o depoimento na sede da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (DECCO) do Ministério Público. Jardel Nogueira pediu proteção aos membros da CPI, e disse que até mesmo dentro do presídio está sofrendo ameaças por está sendo acusado de envolvimento de crimes sexuais com menores.
O vice-presidente da Comissão, Luiz Couto (PT-PB), interpelou Jardel Nogueira quanto a acusação do Ministério Público e Polícia Civil sobre as acusações de aliciar menores para a prostituição, o acusado negou qualquer tipo de envolvimento com a rede de exploração de menores.
Quanto à acusação de liderar a organização criminosa e de envolvimento com os outros acusados de aliciamento, Jardel negou conhecer os outros denunciados de aliciamento e disse que aceitaria fazer uma acareação com as pessoas que o acusaram durante depoimento na delegacia.
Respondendo aos questionamentos da deputada federal Antônia Lúcia (PSC-AC) afirmou desconhecer porque está sendo acusado de liderar a quadrilha de aliciadores.

Jimmy Barbosa Júnior é denunciado por tortura

e estupro durante audiência pública na Aleac 

O empresário Jimmy Levy Barbosa Júnior, de 41 anos, foi denunciado por tortura e estupro de uma estudante de medicina acreana de 22 anos, durante a audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Tráfico de Pessoas no Brasil, na manhã desta quinta-feira (28), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac).
A denúncia foi apresentada pela ativista de direitos humanos, Joana D´Arc e pela secretária estadual de Políticas para as Mulheres do Acre (SPM-AC), Concita Maia. A acusação refere-se ao caso de uma estudante de medicina acreana de 22 anos que, morando em Maringá (PR), foi sequestrada, torturada, estuprada, agredida física, psicológica, patrimonial e moralmente pelo ex-namorado, o empresário Jimmy Levy Barbosa Júnior.
Os membros da CPI vão requerer um relatório com os fatos que cercam o caso. Joana D´Arc afirma que não houve punição do acusado, porque autoridades estaduais estariam protegendo o empresário. A ativista destacou ainda, que vários casos de exploração sexual de menores estariam sendo abafados pelas autoridades acreanas, que apadrinham e protegem empresários e servidores públicos com foro privilegiado.
O presidente da CPI que investiga do Tráfico de Pessoas no Brasil, deputado federal Arnaldo Jordy pediu que a Joana D´Arc fosse mais clara e revelasse nomes, já que a comissão não estaria no “Acre para proteger governador, desembargador, secretário ou servidor público”. Jordy perguntou ainda porque a denúncia não teria sido formulada as instituições do Acre.
Joana D´Arc retrucou e disse que as denúncias de exploração sexual e de pedofilia não são acolhidas pelas instituições do Estado. A ativista denunciou que estaria sofrendo pressões e ameaças de autoridades estaduais. Ela revelou que protocolou junto a Presidência da República e ao Conselho Nacional de Justiça, diversas denúncias contra autoridades do judiciário do Acre.
As instituições e autoridades acreanas foram classificadas como “inoperantes” pela ativista, que acusou o ex-comandante da Polícia Militar, Romário Célio e sua esposa de estar fazendo ameaças ela. Jona D´Arc ligou sua metralhadora giratória e disparou contra o Governo do Acre, que de acordo com ela, estaria utilizando investigações de abuso sexual para tirar proveito político.


Tráfico de pessoas e exploração sexual movimenta

mais de 30 bilhões de dólares por ano

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Federal, deputado Luiz Couto (PT-PB) fez uma revelação preocupante, o tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual e escravidão movimenta cerca de US$ 30 bilhões por ano, sendo que pouco mais de 10% desta cifra passa pelo Brasil.
A afirmação foi feita pelo parlamentar na manhã desta quinta-feira (28) durante a visita da CPI do Tráfico de Pessoas ao Acre. Luiz Couto ressaltou que a CPI identificou mais de 200 rotas de comercialização ilegal de seres humanos em território brasileiro.
Crianças, adolescentes e mulheres, a maioria de famílias pobres são as vítimas mais frequentes de aliciadores, que em geral, são cooptadas e submetidas à exploração sexual, ao trabalho escravo, à adoção ilegal e até mesmo à comercialização de órgãos.
A audiência pública, que será realizada nesta manhã na Assembleia Legislativa do Estado do Acre ainda não começou.
A intenção dos parlamentares que integram a comissão é ouvir acusados (clientes e aliciadores) identificados durante a Operação Delivery, além do Juiz Romário Divino, responsável pelo processo, o delegado que conduziu as investigações, membros dos movimentos do Direitos Humanos e entidades ligadas a proteção de crianças e adolescentes.
Fonte: Matéria Publicada no Jornal Ac24horas

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