O arquiteto completaria 105 anos no próximo dia 15 |
Maior nome da arquitetura brasileira, e um dos
ícones da arquitetura mundial, Oscar Niemeyer Soares morreu na noite desta
quarta-feira (05), aos 104 anos, de insuficiência respitarória. Ele completaria
105 anos no próximo dia 15, e estava internado desde o dia 2 de novembro no
Hospital Samaritano, na zona sul do Rio de Janeiro, a princípio para tratar de
uma desidratação. Niemeyer permaneceu lúcido até terça-feira, e a família
estava ao lado dele no momento da morte.
O corpo do arquiteto será velado no Palácio do Planalto, em Brasília. A presidente Dilma Rousseff ofereceu o palácio à família para o último adeus a Niemeyer. Ainda não há confirmação do horário do velório.
Em maio deste ano, Niemeyer já havia sido internado outras duas vezes, no mesmo
local, apresentando quadros de desidratação e pneumonia. Em abril, o arquiteto
passou ainda 12 dias internado devido a uma infecção urinária.
Nascido em 15 de dezembro de 1907, Niemeyer formou-se como arquiteto e
engenheiro na Escola Nacional de Belas Artes, em 1934. Logo depois,
começou a trabalhar no escritório dos renomados arquitetos Lúcio Costa e Carlos
Leão. Mesmo sem remuneração, o emprego serviu de trampolim para Niemeyer
conquistar o respeito de figuras importantes.
Fachada do Palácio da Alvorada |
Sempre idealista e inovador, ganhou nome pela
sua ousadia e recebeu oportunidades para participar de grandes obras, como o
Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, construído entre 1942 e
1944. Neste local, construiu ainda a Igreja São Francisco de Assis, alvo de
diversas críticas da Igreja Católica devido à forma incomum e a um mural
pintado por Cândido Portinari. Seus traços abstratos não agradaram a entidade
religiosa, que se negou a benzer a obra após sua finalização, em 1943. A
arquidiocese só a consagrou 17 anos depois, em 1959.
Dois anos depois, o arquiteto, sempre politicamente engajado, ingressou no
Partido Comunista Brasileiro, sendo o responsável pelo projeto da sede do
Partido Comunista Francês, cinco anos depois. Projetou ainda o Parque do
Ibirapuera, em São Paulo, inaugurado no aniversário de 400 anos da cidade, em
1954. Para a mesma celebração, o arquiteto foi responsável pela construção do
Edifício Copan, no centro da capital paulista.
Diante da polêmica gerada pelo projeto da Igreja São Francisco de Assis,
Niemeyer ganhou mais visibilidade e passou a receber convites para outras obras
como a construção da sede das Nações Unidas, em Nova York e, em 1957, deu
início ao projeto para o Plano Piloto de Brasília, futura capital do Brasil.
Ao lado do companheiro Lúcio Costa e de Joaquim Cardozo, Niemeyer projetou os
principais edifícios de Brasília, como o Congresso Nacional, os palácios do
Itamaraty, do Planalto e da Alvorada, o Teatro Nacional e ainda a Catedral
Metropolitana. Tudo realizado durante o mandato de Juscelino Kubitschek.
O Museu de Arte Contemporânea de Niterói, uma das obras marcantes de Niemeyer |
Em 1964, após viajar para Israel a trabalho,
Niemeyer volta para o Brasil e se depara com o início da ditadura no país. Em
março daquele ano, o então presidente João Goulart foi deposto pelos militares,
grupo contrário ao comunismo tão defendido pelo arquiteto. Tal posição
política, desta forma, gerou inúmeros problemas para Niemeyer. A sede da
revista Módulo, criada por ele em 1955, foi parcialmente destruída, seu
escritório foi saqueado e seus projetos já não despertavam interesse em futuros
clientes.
Em 1966, proibido de trabalhar no Brasil, o arquiteto se muda para Paris, na França, onde dá início a uma nova fase em sua carreira. Fixado na capital francesa, Niemeyer projeta a sede do Partido Comunista Francês, a Universidade Mentouri de Constantine, na Argélia, e a Editora Mondadori, na Itália, além de outras obras espalhadas pelo continente europeu.
A sede do Partido Comunista Francês, desenhada por Niemeyer |
Com a abertura política no início
da década de 80, Nieyemer retorna ao Brasil e, ao lado do seu amigo Darcy
Ribeiro, vice de Leonel Brizola no governo do Rio de Janeiro, projeta os CIEPs
(Centros Integrados de Educação Pública), e o Sambódromo da capital carioca. Em
1985 cria o Panteão da Pátria, em Brasília, e ainda o Memorial da América
Latina, em São Paulo.
Depois disso, Niemeyer participa da construção do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, em 1991, aos 84 anos. Nos anos 2000 têm início a série de inaugurações de museus. Em 2002 foi criado o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Em 2006, um ano depois da inauguração do Auditório do Ibirapuera, são finalizados o Museu Nacional Honestino Guimarães e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, o maior centro cultural do país.
Durante o governo de Aécio Neves, em 2010, Niemeyer concluiu um dos seus mais audaciosos projetos, a Cidade Administrativa de Minas Gerais, repleta de curvas e formas inovadoras, abrigando as Secretarias e os órgãos do Estado.
Depois disso, Niemeyer participa da construção do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, em 1991, aos 84 anos. Nos anos 2000 têm início a série de inaugurações de museus. Em 2002 foi criado o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Em 2006, um ano depois da inauguração do Auditório do Ibirapuera, são finalizados o Museu Nacional Honestino Guimarães e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, o maior centro cultural do país.
Durante o governo de Aécio Neves, em 2010, Niemeyer concluiu um dos seus mais audaciosos projetos, a Cidade Administrativa de Minas Gerais, repleta de curvas e formas inovadoras, abrigando as Secretarias e os órgãos do Estado.
Fonte: Yahoonoticias.com.br
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