Nos últimos anos cinco anos, a vida do ex-seringueiro Manuel Gomes, 56
anos, casado, um filho, nascido e criado no seringal Jaminawa, nas cabeceiras
do Rio Tarauacá, só tem melhorado. E muito. Afinal, além da estrada toda
asfaltada até Tarauacá, a produção de sua propriedade só tem aumentado.
Assentado
numa área de quatro hectares do Polo Agroflorestal de Tarauacá, situada a beira
da rodovia federal BR-364, a 12 km da cidade, Manuel Gomes, com apenas a
terceira série do ensino fundamental, expressa hoje "muita felicidade"
por ter uma das propriedades mais férteis e produtivas do município que
comemora seu centenário na próxima quarta-feira, dia 24 de abril.
satisfação
do pequeno produtor agroflorestal se deve ao fato de sua área ser bastante
próspera em produção de frutas regionais, animais domésticos, produtos da
horticultura e de peixes tirados de dois açudes, além de seis cabeças de gado
de leite e de dois cavalos e uma égua que possui.
"Além
da ajuda do governo, que a gente recebe através da Seaprof, essa rodovia só
veio melhorar a vida da gente, ajudando a aumentar a nossa produção e nossas
vendas porque o povo da cidade está consumindo mais", afirma Manuel, que
também reflorestou sua terra com 200 pés de aguano (mogno).
Das
fruteiras, Manuel produz banana, mamão, caju, limão, ingá e cacau. Na roça, ele
produz milho e mandioca, que mistura com banana para fazer a ração que dá às
centenas de pacus e tambaquis que cria hoje em seus dois açudes. Da horta, o
produtor tira tomate, cebola, coentro alface e couve, que ele vende na feira
da cidade e para o governo do Estado e a Conab através do Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA).
Do
gado, Manuel adquire o leite que a esposa Francisca das Chagas, também
ex-seringueira e com o primeiro ano do antigo segundo grau completo e vários
cursos profissionalizantes dados pela Seaprof, o Senar e o Sebrae, transforma
em vários derivados para a família consumir e vender na feira. Considerada por
Manuel os seus "braços e mãos", Francisca tem, entre outros, cursos
de piscicultura, bordados, doces, corte e costura e empreendedorismo.
Base de rendimentos vem da piscicultura e da horticultura
A base de rendimentos hoje do produtor Manuel Gomes vem da produção de peixe, que ele cria com a orientação dos técnicos da Seaprof, e os produtos da horticultura, que tem sua aquisição garantida pelo PAA do governo estadual e da Conab. Manuel também ganha um pouco com os derivados de leite produzidos pela esposa, como queijo e manteiga.
Do peixe, Manuel Gomes diz que apurou R$ 3.500 no ano passado, tirando as despesas que teve com a ração e os alevinos. E da horta, ele fatura atualmente em torno de R$ 150 por semana pelas vendas ao PAA e R$ 120 pela venda direta na feira de Tarauacá.
Para ampliar ainda mais os rendimentos da família, o produtor agroflorestal espera conseguir ajuda da Seaprof para ampliar um de seus açudes, onde ele quer criar mais peixes. No mais, ele diz que só tem a agradecer a ajuda que recebeu nos últimos cinco anos do governo. "Eu estou com 56 anos de idade e, do meu conhecimento, não entrou um governo que nem esse de bom para todos os nossos problemas", completa Manuel Gomes.
Fonte: Página 20
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