O Acre dividiu com Minas Gerais a
quinta maior queda nos números de casos graves de dengue entre os anos de 2010
e 2012. No período, o índice foi reduzido de 88, em 2010, para apenas quatro em
2012, implicando na redução de 95% dos casos.
No mesmo período, os casos de
óbitos por dengue no estado foram reduzidos de oito para zero, posição só
alcançada em todo o país por Roraima e o Distrito Federal. Com 100% de
redução, o Rio Grande do Sul liderou o ranking nacional da queda de casos
graves da doença, sendo seguido por Roraima, com queda de 99%; São Paulo, 97%;
e Rondônia, (96%). Entre 2010 e 2012, foram registrados em todo o país redução
de 77% dos casos graves, que caíram de 17.475 para 3.965 casos.
ACRE intensificou medidas de combate à dengue e colhe bons resultados.
A situação do Acre em relação à
dengue foi detalhada ontem pelo Ministério da Saúde (MS), que anunciou o
repasse de mais R$ 173,3 milhões para os municípios brasileiros intensificarem
a execução de medidas de vigilância, de prevenção e de controle da doença. Do
total, R$ 143,6 milhões serão destinados às secretarias municipais e R$ 29,7
milhões para as secretarias estaduais de saúde. Para o Estado do Acre, o
Ministério da Saúde está repassando o total de 1,3 milhão, sendo R$ 505,9 mil
para a Secretaria Estadual de Saúde e R$ 800,2 mil para as secretarias
municipais de saúde.
Segundo o MS, para receber os
recursos os municípios precisam cumprir metas como disponibilizar quantitativo
adequado de agentes de controle de endemias, garantir cobertura das visitas domiciliares
pelos agentes e adotar mecanismos para a melhoria do trabalho de campo. Além
disso, terão de realizar Levantamento Rápido de Infestação por Aedes aegypti
(LIRAa) com ampla divulgação nos veículos de comunicação locais e notificar os
casos graves suspeitos de dengue, entre outras ações.
Apelo do ministro da Saúde aos
novos prefeitos
Os recursos estão sendo liberados
pelo Ministério nesta época em que o aumento das chuvas e o calor contínuo no
verão, em diferentes estados do país, favorecem a proliferação do mosquito
transmissor da doença. “A prevenção precisa ser mantida, mesmo com a redução
nos casos graves de dengue”, assinalou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O ministro também fez questão de
destacar que as ações de prevenção não podem ser interrompidas com a mudança
dos gestores. “Faço um apelo aos novos prefeitos, que iniciaram o mandato em
janeiro, para continuarem o trabalho já realizado pelos antecessores. A
combinação do trabalho preventivo em cada residência com as ações do poder público
é capaz de reduzir a presença do mosquito do Aedes aegypti no meio
ambiente e, consequentemente, evitar epidemias”, assinalou Padilha.
Por sua vez, o secretário de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, lembrou que no
período de dezembro a maio, a população deve redobrar os cuidados com suas
casas, verificando o adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo
e a eliminação de todos os recipientes sem uso que possam acumular água e
virar criadouros do mosquito. Além disso, segundo Barbosa, é importante cobrar
o mesmo cuidado no ambiente público, como o recolhimento regular de lixo nas
vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias.
O Ministério da Saúde destaca
que, aos primeiros sintomas da dengue (febre, dor de cabeça, dores nas
articulações e no fundo dos olhos), a recomendação é que a pessoa procure o
serviço de saúde mais próximo. Também é fundamental não tomar remédio por conta
própria, pois isso pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico, devendo a
pessoa estar alerta, ainda, para sinais de agravamento, como vômitos e dores
abdominais.
“A
única medida que a pessoa deve adotar é a ingestão de muito líquido, como água,
sucos ou chás, até que seja atendida por um profissional de saúde. Além disso,
tomar um medicamento inadequado, como a aspirina ou o Ácido Acetilsalicílico
(AAS), pode contribuir para agravar o quadro do paciente, aumentando a chance
de morte”, alertou o secretário Barbosa.
Fonte: Página 20
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