Entrada da cidade de Tarauacá, no interior do Acre, onde 10% das sorologias coletadas são positivas para hepatite B, segundo a Secretaria de Saúde local (Foto: Duaine Rodrigues/G1) |
Com uma população estimada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 36.763 mil
pessoas no ano de 2012, o município de Tarauacá, localizado a cerca de 453 km
deRio Branco,
capital do Acre, tem pelo menos 10% da sua população portadora do vírus da
hepatite B. A informação é do secretário de Saúde da cidade, Carlos Tadeu.
De acordo com ele, as principais
causas seriam a falta de prevenção por parte da população. “É o índice mais
alto aqui, uma média de 10% das sorologias coletadas de casos positivos. É
aquele negócio de ter o prazer sem a proteção”, comenta.
Tadeu ressalta que o maior número
de casos registrados de hepatite B entre jovens com média de idade entre 17 e
25 anos, com destaque para a população feminina. De acordo com o secretário, 12
pessoas que tiveram HIV detectado no ano passado na cidade, estão fazendo
tratamento e a administração municipal tem investido na educação para estimular
a prevenção.
“Estamos este ano com a equipe do
núcleo de educação e toda semana promovemos de três a quatro palestras em
escolas, orientando sobre as doenças e a prevenção para ver se conseguimos
reduzir esse índice tão alto”, explica.
Secretário de Saúde, Carlos Tadeu (Foto: Duaine Rodrigues/G1) |
Carlos Tadeu fala que a atual
gestão recebeu o setor de saúde em situação bastante complicada. Ele cita que
apenas dois médicos tinham a responsabilidade de prestar atendimento a toda
população. Em pouco mais de cinco meses, a situação é bem diferente.
“Quando assumimos, tínhamos dois
médicos para atender todo o município e hoje estamos com oito, todos com
registro no Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM/AC). Antes
o pessoal aqui trabalhava na ilegalidade e hoje não. Temos em média 700
atendimentos por dia em todas as 10 unidades de saúde. Hoje, o município está
dando sua contribuição e trabalhando mais a prevenção. A nossa obrigação é
cuidar da atenção básica e estamos procurando fazer isso”, destaca.
O secretário de Saúde considera
que o número de médicos disponíveis no município ainda não é suficiente e
avalia que a valorização dos profissionais por parte dos gestores, foi
fundamental para atrair interessados a atuar em Tarauacá.
“Com 10 médicos, a gente atende
toda a população tranquilamente, tanto da zona urbana quanto da zona rural.
Existia uma briga entre a prefeitura e o estado, pois um dizia que era
competência do outro e ninguém fazia nada. Agora não. Nós chamamos os médicos e
estamos trabalhando em parceria, estado e município. Não tinham um salário
aprovado por lei. Nós brigamos aqui na Câmara e tanto aprovamos o salário como garantimos
um aumento na média de 25%”, diz Carlos Tadeu.
Planejamento para 2013
Para Tadeu, o foco do trabalho em 2013 será voltado para ‘colocar a casa em ordem’. “Temos que primeiro alcançar as metas determinadas pelo Ministério da Saúde, mas nosso principal objetivo é organizar a Saúde para que a partir do ano que vem tenhamos um setor com melhor qualidade, com profissionais qualificados, médicos, enfermeiros, técnicos. Este ano a gente tem trabalhado para organizar a casa. Hoje, por exemplo, cada unidade de saúde nossa tem uma equipe completa”, declara.
Para Tadeu, o foco do trabalho em 2013 será voltado para ‘colocar a casa em ordem’. “Temos que primeiro alcançar as metas determinadas pelo Ministério da Saúde, mas nosso principal objetivo é organizar a Saúde para que a partir do ano que vem tenhamos um setor com melhor qualidade, com profissionais qualificados, médicos, enfermeiros, técnicos. Este ano a gente tem trabalhado para organizar a casa. Hoje, por exemplo, cada unidade de saúde nossa tem uma equipe completa”, declara.
Hospital Geral Sansão Gomes é a principal unidade de saúde do município (Foto: Duaine Rodrigues/G1) |
Acre tem 100 mil portadores de
hepatites, segundo Aphac.
De acordo com a Associação de Portadores de Hepatite do Acre (Aphac), o estado
possui cerca de 100 mil portadores de hepatite que estão desenvolvendo a
doença.
O presidente da Aphac, Heitor
Júnior, que também é presidente do Movimento Brasileiro das Hepatites Virais,
diz que o fato mais grave dessa situação é que a maior parte desses portadores
não sabe que está contaminado pelo vírus.
“A média dos municípios de
Tarauacá e Feijó é
de 20% da população e tem alguns municípios que chegam a uma incidência maior
em percentuais. O que a gente trabalha é com índice variando entre 10% e 13%.
Temos uma população de 800 mil pessoas, então teríamos 80 mil portadores, mas
estendemos porque temos município que podem alcançar até 30%, como Sena
Madureira, por exemplo”, comenta.
Júnior ressalta que a falta de
informações e de prevenção são os fatores determinantes para a existência do
contágio e lembra que não é qualquer tipo de exame que detecta a presença do
vírus no organismo.
“A detecção da hepatite somente é
possível através de um exame específico. Hoje temos muitos casos por falta de
informações, mas obviamente que as pessoas não se previnem também. Temos vacina
para hepatite B, que deve ser tomada em três doses. Muita gente só toma uma,
duas, não volta para tomar a terceira e fica vulnerável. A promiscuidade nas
relações sexuais também é uma condicionante”, analisa.
“Já a hepatite C não tem vacina
contra e é muito fácil a transmissão em salão de beleza e consultórios
odontológicos. Informação junto com a prevenção poderia representar a
diminuição da incidência dos vírus aqui no nosso Estado”, completa.
Heitor Júnior afirma que Aphac
está completando 20 anos neste mês maio e como ação comemorativa estará, até o
mês de dezembro, realizando testes rápidos de hepatites B e C, sífilis e aids.
Fonte: G1.com
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